Foto: Twitter/SPFC

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O jogo ainda não havia chegado ao final do primeiro tempo, mas não foi difícil imaginar  que não mudaria. Os dois times, São Paulo e Racing, faziam uma partida igual, em todos os sentidos.

Em alguns momentos, a Academia, é assim que o Racing é conhecido na Argentina, era até mais perigoso do que o Tricolor. Como tudo ali era previsível, o nível técnico e até o resultado, não perdi o meu tempo assistindo.

Mudei de canal.

Fui  ver algo mais interessante.

Estava 1 a 0 para o São Paulo e a melhor opção foi mudar de canal. Um filme, qualquer que fosse, seria muito mais interessante de ver.

Escolha feita, não foi difícil prever que aquele jogo de ida, no Morumbi, pela Copa Libertadores de América, fatalmente terminaria do jeito que estava ou o time argentino conseguiria o empate.

Foi o que ocorreu, fato constatado no dia seguinte.

E não era para ser assim.

O São Paulo, pelo investimento que fez, tinha de ser muito superior ao Racing.

A folha salarial do Tricolor ultrapassa os R$ 12 milhões. Mais que o dobro do gasto mensal do clube argentino com o seu elenco, que é de, no máximo, R$ 5 milhões.

Só Hernán Crespo, o técnico argentino que comanda o São Paulo, recebe R$ 1 milhão mensais de ordenado.

Antes de enfrentar o São Paulo nesta terça-feira, 13/7. O Racing não disputava uma partida oficial há 38 dias.

Ao contrário do Tricolor, que está em ritmo de disputa desde o início do ano.

Disputou e ganhou o Campeonato Paulista e

segue em frente na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro.

O que significa que seus jogadores estão em ritmo de competição, o que não ocorre com o Racing.

Mas quem viu pelo menos parte do jogo não viu diferença no futebol mostrado pelas duas equipes. Física, técnica e taticamente são dois times muito iguais.

Não era para ser assim.

Claro que o desnível financeiro que contrapõe os dois clubes não pode servir de argumento para afirmar que o São Paulo deveria ser melhor do que o seu adversário.

Salário alto e conta bancária recheada nunca foram sinônimos de um ótimo desempenho em campo. 

Mas o fato é que os times brasileiros, o São Paulo, claro, entre eles, são dominantes na América do Sul no aspecto econômico.

Basta ver quantos bons jogadores do Continente atuam por aqui.

E nem sempre fazem prevalecer a diferença financeira no gramado.

Os craques inquestionáveis da Argentina, Uruguai e Colômbia são negociados com o futebol europeu. Os bons desembarcam no Brasil. Os que ficam na Argentina, Uruguai e Colômbia são jogadores que não têm mercado no exterior.

E são estes jogadores fora da vitrine que endurecem os jogos com o São Paulo, Flamengo, Palmeiras, Atlético Mineiro e demais clubes brasileiros.

Pelo poderio financeiro, pela folha salarial e os grandes jogadores que reúnem em seus elencos, o São Paulo tinha de vencer o Racing e o Galo, pelo mesmo motivo – a diferença de elenco em relação ao Boca Juniors é notória -, mas tiveram maus resultados na noite desta terça-feira.

É possível até que consigam a classificação na partida de volta.

Pode ser.

Mas ficaram devendo futebol e consistência tática no primeiro jogo.

O São Paulo dá sinais de que o título do Campeonato Paulista deu aos jogadores, à  comissão técnica e até à diretoria a sensação de dever cumprido.

Até o Muricy Ramalho, tido como peça chave na conquista do Paulista, entrou na onda do “chegamos ao auge”.

E Muricy, é bom que se diga, jamais provou ser o salvador da pátria que muitos acreditam que ele seja.

 

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