Em 2001, quando o São Paulo vivia uma crise técnica, o treinador afastou Rogério, Gustavo Nery e Carlos Miguel e classificou-os como jogadores que estavam jogando contra o ambiente do grupo

Em 2001, quando o São Paulo vivia uma crise técnica, o treinador afastou Rogério, Gustavo Nery e Carlos Miguel e classificou-os como jogadores que estavam jogando contra o ambiente do grupo

Uma mancha em sua reputação, mas sem entender o porquê. Mais de uma década depois, o ex-zagueiro do São Paulo Rogério Pinheiro ainda carrega um sentimento de decepção pelo rótulo de "laranja podre" que acompanhou sua carreira depois de ser afastado por Nelsinho Baptista do elenco tricolor. "Eu perdi a vontade de jogar no São Paulo por conta disso", relatou.

Em 2001, quando o São Paulo vivia uma crise técnica, o treinador afastou Rogério, Gustavo Nery e Carlos Miguel e classificou-os como jogadores que estavam jogando contra o ambiente do grupo.

O defensor, marcado por um perfil sem polêmicas na carreira, diz que nunca ouviu uma explicação sequer sobre o que tinha feito para receber o rótulo e gostaria de ouvir explicações de Nelsinho um dia. Mas não quer carregar nenhum tipo de mágoa com o ex-comandante.

"Perguntei porque ele estava me afastando e ele simplesmente não me deu motivos, não me respondeu nada. Eu nunca tive a oportunidade de encontrar o Nelsinho depois, mas queria que um dia ele tivesse a coragem de me falar porque me afastou. Não podemos carregar mágoa por muito tempo, pois isso só prejudica a própria pessoa", falou.

"Eu não dei motivos nenhum para aquilo. Foi a minha maior decepção no futebol. Ele me afastou e ficou quieto. Procurei ainda o José Dias, diretor de futebol na época, pra saber o que tinha acontecido. Ele falou apenas que era uma decisão do treinador", continuou.

Rogério ressalta que uma mancha dessa, exposta publicamente, prejudica a carreira. "Poxa, foi ruim pra caramba isso. Foi uma mancha. Um clube pensa duas vezes para te contratar depois disso. Quando cai na imprensa uma coisa dessas, é muito difícil pra tirar a imagem depois", explicou.

Rogério Pinheiro voltou a ser relacionado depois de 15 dias, mas mesmo assim não ouviu o porquê. Mas acabou deixando o clube no mesmo ano. Passou em dois anos por Portuguesa e Vasco e depois ficou cerca de seis anos no futebol da Coreia do Sul.

Atualmente atua como sub-secretário de esportes e lazer na cidade de Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro. "A secretaria desenvolve programas sociais como escolinha de futebol, natação, handebol, vôlei, basquete e ginastica artística. Tem ginástica para a terceira idade e escola de surfe hoje. Este projeto atende 2.500 crianças e adolescentes de sete à 17 anos. Estou há um ano; entrei em janeiro de 2013", contou.

Apesar do atual trabalho, diz que deseja ser treinador e já fez cursos para isso. Teve rápidas experiências de estágios com Felipão, Muricy e Paulo César Carpegiani, mas diz que esbarra em um mercado fechado. "Já bati em várias portas, mas é difícil."

FOTO: UOL

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