O PSG derrotou na última sexta-feira (29) o Lile por 2 a 1, pela Liga francesa. Foi de virada. Os gols do time parisiense vieram de duas assistências de Neymar. A segunda, para Dí Maria, foi um primor. O jogo foi um retrato do novo Neymar.
Confesso que prefiro o outro Neymar. O do Santos, do Barcelona e, às vezes, muito raramente, o da Seleção Brasileira.
Digo raramente porque o astro criado no CT Rei Pelé nunca fez grandes exibições pela Seleção Brasileira. Não que ele nunca tenha brilhado com a verde e amarela. Sim, brilhou, mas, faça você cara leitora, caro leitor, um exercício de memória e tente se lembrar de uma partida de gala do craque com a camisa do Brasil.
De gala, mesmo, daquelas de encher os olhos do torcedor brasileiro.
Talvez a última, nos 4 a 1 diante do Uruguai, Neymar tenha feito uma grande partida. Mas naquela noite a atração do jogo foi Raphinha.
A noite foi de Raphinha.
No passado, recente, é verdade, foram inúmeros os jogos em que Neymar arrancou aplausos. Marcou gols em que arrancou do meio-de-campo driblando quem quis pará-lo. Foi assim contra o Internacional, Flamengo, quando marcou o gol que lhe valeu o prêmio Puskás, diante do Cruzeiro, em BH, ao comandar o Santos na goleada por 4 a 1 e fez por merecer plenamente os aplausos que recebeu da torcida cruzeirense no final da partida.
Pois o Neymar de hoje está diferente.
Neymar virou garçom.
Um garçom de fino trato, mas um garçom.
A que se deve a mudança?
A um cansaço físico, devido, principalmente, aos inúmeros compromissos particulares que o astro do PSG e da Seleção Brasileira tem de cumprir fora de campo.
Neymar treina pouco? A vida social agitada seria a principal responsável para que o craque não consiga dar mais as arrancadas que eram frequentes em sua carreira?
É provável que sim.
Eu prefiro o Neymar abusado, que partia para cima do adversário com a bola dominada e só era parado com faltas.
Como ele era veloz e driblava mudando de direção, dificilmente era anulado.
Aquele Neymar, pelo que ele mostrou nos últimos meses, pode ter ficado no passado. Deu lugar a jogador muito mais cerebral do que insinuante nos dribles e arrancadas.
A sequência da carreira do único fora de série do futebol brasileiro é que vai dizer se perdemos um driblador capaz de desmontar qualquer defesa e ganhamos um atacante com capacidade para deixar o companheiro livre e solto para marcar – como ele fez nesta sexta-feira com o argentino Dí Maria – ou, o que seria melhor ainda, ganhamos um craque com lucidez suficiente para arrancar com dribles insinuantes e ainda ser o garçom genial que mostrou ser diante do Lile.
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