No domingo, durante o clássico alvinegro, pensei, verdadeiramente, em elogiar o Romero pela evolução do futebol apresentado por ele. Especialmente depois que Carille assumiu o time e o fez entender e cumprir, bem, funções táticas importantes para o time.
Romero deixou de ser um atacante passivo e passou a ser um marcador incansável, para alguns um secretário do lateral. Mas não importa porque ele conseguiu subir de produção e fazer seu futebol chamar atenção. Foi recompensado com títulos, gols importantes e participações relevantes em clássicos.
Óbvio que a atitude grotesca de chamar o Santos de time pequeno me demoveu da ideia de elogia-lo.
Entretanto, desde sua chegada ao Brasil, Romero vem sendo tratado como chacota. Como se não tivesse capacidade de jogar em um time com a grandeza do Corinthians. Hoje o corintiano o adora, claro. Ele ganhou a confiança do seu torcedor se dedicando dentro de campo.
Mas não deve ser fácil mesmo ouvir/ver/ler reiteradas vezes questionamentos a sua qualidade técnica e relacionar isso a sua nacionalidade. Romero foi guardando essa mágoa e se viu a ponto de explodir quando foi criticado, corretamente criticado, ao menosprezar o Santos e sua história.
A tentativa de se desculpar não ficou clara no pronunciamento realizado na sala de imprensa do CT Joaquim Grava. Porque, enquanto falava, Romero misturou as estações e foi soltando a indignação por não se considerar um estrangeiro bem-vindo aqui.
O caso de Romero, entendo eu, é pontual. Por tudo que passou e passa desde a chegada. E a relação que se faz de sua capacidade com sua nacionalidade.
Erramos Romero. O Paraguai não merece tratamento de menosprezo como nos acostumamos a fazer de vez em sempre. Utilizar a expressão “cavalo paraguaio” é tão corriqueiro e consagrado no dito popular que nem percebemos que estamos fazendo referência a uma nação, a uma pátria.
Teremos a medida do nosso nível de preconceito quando outros estrangeiros se pronunciarem sobre o assunto. Lembrando que desde 2014 a CBF autoriza a utilização de até cinco gringos em cada clube, o que aumentou em escala o número de atletas vindos dos outros países da América.
Romero levantou o assunto em meio ao turbilhão de críticas que recebeu. Mesmo assim vale a nossa reflexão. E a melhor maneira é se colocar no lugar dele por um instante.
Que as coisas melhorem pro Romero e para todos os estrangeiros que, por ventura, se sintam vítimas desse preconceito em nosso país.
E que o pedido de desculpas ao Santos, sua história, seus jogadores, torcedores, ex-atletas e diretoria não seja esquecido. Esperamos algo formal.
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