José Ricardo Leite
Do UOL, em São Paulo
Uma "vida digna", com emprego fixo e até aluguel de sua casa subsidiado. É isso que o Sindicato de Jogadores Profissionais do Rio de Janeiro promete para o ex-lateral Perivaldo Dantas, 60 anos, que foi praticamente resgatado de Portugal depois de ser desvendada sua vida como morador de rua em Lisboa.
Em novembro de 2013, o Fantástico mostrou a vida do ex-lateral do Botafogo e seleção brasileira como um vendedor ambulante que dormia nas ruas da capital portuguesa. Depois disso, o presidente do sindicato do Rio, Alfredo Sampaio, ajudou a buscar o jogador prometeu ajuda para integrá-lo socialmente no Brasil e reencontrar sua família.
Perivaldo está atualmente em Fortaleza visitando um de seus filhos e evita as entrevistas. Mas o sindicato diz já ter um plano elaborado para que ele trabalhe no órgão e tenha até sua despesa de aluguel paga. A intenção é que ele possa auxiliar, de alguma forma, atletas que estão sem clube e pedem ajuda do sindicato e ficam treinando em uma instalação chamada Casa do Atleta.
"Ele vai morar em um lugar que estamos procurando e vai trabalhar no sindicato. Não levará uma vida de milionário, mas uma vida digna. Já estamos patrocinando ele mensalmente com um salário. E será dessa forma depois", falou Sampaio ao UOL Esporte.
"Ainda vamos definir o que ele vai fazer. Já temos 12 atletas trabalhando lá com carteira assinada, remunerados. A princípio (Perivaldo) vai trabalhar com um grupo de jogadores desempregados que treinam à espera de propostas. Vai fazer parte de uma comissão técnica desse grupo. É o que temos em mente nesse momento."
Perivaldo foi lateral direito do Botafogo e do Palmeiras na década de 80. Chegou a ser convocado pelo então técnico da seleção brasileira, Telê Santana, para alguns amistosos.
A TV Globo exibiu matéria em novembro que mostrava sua vida como vendedor na Feira de Ladra. Sua última atuação como jogador foi em 1987, no futebol coreano. Na entrevista, ele não explicou ao certo como foi parar em Portugal e chegou à situação de penúria financeira. Disse que foi mal aconselhado e que perdeu dinheiro por falta de juízo e empréstimos a amigos.
Ele afirmou ter 12 filhos e, de acordo com informação do sindicato, está ainda revendo todos os seus familiares antes de iniciar os seus trabalhos.
Foto: UOL