Quantas vezes “torcedores” já tentaram bater, e algumas vezes bateram, nos jogadores do Corinthians?
Como repórter, já vi o Edílson Capetinha levar uns cascudos no estacionamento do Parque São Jorge e também presenciei a emboscada da Gaviões da Fiel na subida da Serra, pela Imigrantes, por causa de uma derrota do time contra o Santos.
Os dois episódios ocorreram há quase duas décadas.
Na Serra, o ônibus que trazia os jogadores corintianos para a Capital foi parado. Vidros foram quebrados.
O colombiano Rincón, forte como um touro, terror dos adversários e até de colegas de time, como Marcelinho Carioca, que sofria em suas mãos enormes, teve de ficar quietinho no fundo do ônibus, com um baita medo de levar uns safanões.
Em invasões mais recentes, sobrou até para a cozinheira do clube.
Neste domingo, mais uma vez dezenas de desocupados vestindo camisas de torcidas “organizadas” foram ao Aeroporto de Guarulhos “recepcionar” o time que perdeu para o Fluminense por 2 a 1, no Maracanã.
O aeroporto virou praça de guerra, com passageiros correndo desesperados.
Não fosse a intervenção de seguranças do clube, certamente o goleiro Cássio, o mais visado pela turba, seria agredido.
Logo Cássio, fundamental nas conquistas da inédita Copa Libertadores da América pelo clube e figura exponencial na vitória sobre o Chelsea, que deu o título de bicampeão do mundo ao time.
Nesta segunda-feira, 14/09, a diretoria do clube, em nota, repudiou o ato selvagem. O sindicato dos jogadores também se manifestou.
Mas isto é pouco.
É nada.
As imagens das televisões estão aí para mostrar quem é que esteve no aeroporto para bater nos jogadores.
Se a diretoria do clube quiser, tem imagem suficiente para incriminar os infratores.
Mas nada será feito.
Não nos esqueçamos de que Andrès Sanchez, atual presidente do clube, é originário da uniformizada Pavilhão Nove. Foi lá que ele mostrou a cara para fazer carreira como dirigente do Corinthians.
A invasão ao aeroporto, assim como os outros inúmeros atos de selvageria protagonizados por bandos de desocupados, também será esquecida.
Resta rezar para que nada mais grave ocorra nos próximos atos de selvageria.
Que, com certeza, virão.
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