Fábio Piperno (twitter: @piperno)
A curta história dos confrontos entre Palmeiras e Alianza Lima pela Copa Libertadores registra apenas dois jogos. Os únicos duelos entre os adversários desta terça-feira ocorreram em 1979 e foram válidos pela fase de grupos. O time brasileiro, então dirigido por Telê Santana, venceu as duas partidas, o que não foi suficiente para evitar a eliminação precoce do torneio que jamais havia conquistado.
O técnico mineiro começou a trabalhar no Palmeiras no início daquele ano. Na época, apenas o campeão e o vice de cada país disputavam a mais importante competição interclubes do continente. Os 20 times eram divididos em cinco grupos e apenas o vencedor de cada chave avançava. Na fase semifinal, os cinco classificados mais o campeão do ano anterior eram divididos em dois grupos de três, de onde saíam os finalistas. O Verdão entrou como vice-campeão brasileiro da temporada anterior, quando foi derrotado na decisão pelo célebre Guarani de Careca, Zenon, Renato e Zé Carlos.
Quando a Libertadores foi iniciada, Palmeiras e Guarani ainda disputavam o campeonato paulista de 1978, que se estenderia até o fim de junho de 1979 e que obviamente desgastava os elencos. Para reforçar o time, os palmeirenses apostaram na contratação de Pedro Rocha, um craque já veterano e que havia sido ídolo do São Paulo. Experiente na competição, o refinado meia uruguaio, único jogador da história de seu país a disputar quatro Copas do Mundo, tinha no currículo três Libertadores pelo Peñarol, além de um vice pelo São Paulo em 1974.
Com o lesionado Ademir da Guia fora de combate desde setembro de 1977, Rocha chegou ao Parque Antártica com a responsabilidade de liderar e dar um toque de classe a um time que tinha como maior talento o instável meia Jorge Mendonça, jogador da seleção no mundial do ano anterior e que mais tarde teve atritos com Telê Santana. A presença do uruguaio no elenco fez com que a direção palmeirense acalentasse o sonho de em algum momento ver Ademir da Guia e Rocha atuarem juntos, o que jamais se tornou realidade. O Divino, como o ídolo do Palmeiras era conhecido, não conseguiu voltar a jogar. Rocha disputou apenas nove partidas com a camisa verde. Marcou somente um gol, exatamente contra o Alianza, em um jogo que não passou de um amistoso de luxo.
Nas duas primeiras rodadas, os times brasileiros jogaram no Peru contra Alianza e Universitário. O Guarani venceu um jogo e perdeu outro. O Palmeiras começou arrasador. Ganhou do Alianza por 4x2 e goleou o Universitário por 5x2. Líder do grupo, sofreu em São Paulo uma surpreendente derrota para o Bugre por 4x1. Na rodada seguinte, novo fiasco. Perdeu em casa para o Universitário, desta vez por 2x1. Já sem chances, recebeu no dia 12 de abril o Alianza e venceu por 4x0. Pedro Rocha marcou o primeiro gol do confronto. Rosemiro e Baroninho (2) completaram o placar. Telê Santana escalou o time com Gilmar; Rosemiro, Marinho Perez, Polozi e Pedrinho; Ivo, Zé Mário e Pedro Rocha; Amilton Rocha (Sóter), Osmir (Baroninho) e Nei. Contundido, Jorge Mendonça não atuou. Logo após a despedida da Libertadores, Pedro Rocha deixou o Palmeiras. Jogou por equipes menores por mais um ano até se despedir no saudita Al-Nassr.
O time peruano foi a grande decepção do grupo. Perdeu os seis jogos. A equipe começou a temporada sem Teófilo Cubillas. O maior craque da história do futebol do Peru havia migrado no início do ano para os Estados Unidos, onde foi defender o Fort Lauderdale Strikers, que já contava com os veteranos astros Muller, Figueroa e George Best. Jogador da seleção peruana nas Copas de 1970, 1978 e 1982, as últimas que o país disputou, Cubillas atuou por seis anos na então incipiente liga americana. Em seguida, encerrou a carreira.
Em 1987, o Alianza Lima perdeu todo o time titular em um acidente aéreo. Faltavam ainda 13 rodadas para o fim do campeonato local. Para ajudar o time de coração, que ficou praticamente sem elenco após a tragédia, Cubillas retornou aos gramados e disputou os jogos que restavam ao Alianza. Em seguida, se aposentou definitivamente.
Foto: Palmeiras
Com Telê no banco, Palmeiras venceu duelos contra o Alianza
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