Maycon, que bateu pênalti decisivo sobre o Palmeiras, é um dos volantes na briga. Foto: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians/Via UOL

Maycon, que bateu pênalti decisivo sobre o Palmeiras, é um dos volantes na briga. Foto: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians/Via UOL

Gabriel, Maycon, Ralf e Renê Júnior. Só dois deles costumam jogar juntos, mas quais os titulares? A resposta para essa pergunta, no Corinthians, tem sido cada vez mais difícil. E na próxima quarta-feira (16), diante do Independiente-ARG, pela Copa Libertadores, a dúvida sobre qual será a dupla de volantes titular existe mais uma vez.

"O pepino é do Carille (risos)", brinca Renê Júnior.

Pelas indicações recentes do treinador, a dupla favorita para atuar em Avellaneda é Ralf e Maycon, mas de fato, escolher entre os jogadores tem sido uma missão árdua para o treinador. Ainda assim, ele estabeleceu alguns critérios para variar quem vai jogar. Se trata de uma mudança representativa sobre o que foi o Corinthians de Fábio Carille em 2017, com a mesma formação titular durante praticamente dez meses seguidos.

Maycon ou Renê Júnior?

Chute de longe é arma de Renê
Hoje a competição está aberta, como explica Maycon. Reserva diante do Fluminense, ele deu lugar a Renê, mas entrou nos 20 minutos finais e fez jogada decisiva. Quem vai jogar na Argentina? Ainda há dúvida. "O Fábio tinha deixado claro que não ia começar comigo hoje [domingo passado], mas para quarta a vaga está aberta. Tanto eu quanto o Renê temos possibilidade de jogar", comentou o jovem, que a princípio tem uma disputa mais direta pela posição de segundo volante.

Em melhor ritmo, já que Renê sofreu lesão muscular e perdeu cerca de 40 dias, Maycon é favorito para iniciar a partida na Argentina. A decisão do treinador em abdicar dele em dois momentos da temporada [início do ano e estreia do Brasileiro] está ligada ao futuro. Há um princípio de acordo para que o jovem se mude ao Shakhtar-UCR no meio do ano para ser o substituto de Fred, cotado para uma grande transferência.

"A gente dá força para quem joga e quem ganha é o Corinthians. Sem sombra de dúvidas não tem vaidade, importa é o Corinthians estar ganhando. Me frustrou pelo momento que vinha tendo [ter se lesionado]", conta Renê, que chegou a anotar gol em clássico contra o Santos.

Renê Júnior, que era titular do meio-campo por quatro jogos seguidos até se lesionar, oferece mais força física, presença, arremate de longe e um passe de qualidade. Maycon, que jogou durante grande parte de 2017 na equipe principal, tem uma característica diferente: além de marcar bastante, infiltra na área adversária como fizeram volantes marcantes da história recente do Corinthians, como Paulinho e Elias.

Gabriel ou Ralf?

Normalmente, o Corinthians de Carille ataca com até seis jogadores ao mesmo tempo, o que deixa dois zagueiros, um lateral e um volante à espreita para os contragolpes rivais. Por isso, dificilmente ele abre mão de Gabriel ou Ralf na equipe. Os dois fecham muitos espaços, recuperam a bola e deixam a linha defensiva mais protegida.

Para Carille, há uma diferença fundamental entre ambos. Gabriel tem pernas mais rápidas, como diz o treinador. Percorre distâncias mais longas com maior facilidade e chega com mais velocidade ao adversário. Mas Ralf tem um atributo que tem sido muito valorizado: força na bola aérea. Com um jogador mais alto na área, o treinador amenizou a quantidade elevada de gols sofridos em bolas paradas.

Contra o Fluminense, explicou o titular Ralf, a escolha novamente passou por esse critério. "Até para me dar uma sequência [Carille escalou]. Estou sem ritmo, joguei com Palmeiras, fui campeão. Hoje foi para ter uma bola aérea mais forte, foi passado que eram fortes assim [Fluminense]. O Gabriel está respeitando que eu jogo e no momento que voltar vai dar conta do recado", disse ele.

Dá para misturar as duplas? E o Paulo Roberto?

Carille entende que, embora a concorrência mais direta seja entre as duplas citadas acima, é possível mesclar. Na primeira semifinal contra o São Paulo, pelo Paulistão, optou por uma formação bastante conservadora: fechou a defesa com Gabriel e Ralf e abriu Maycon por uma das pontas. O treinador entende também que Renê Júnior, por exemplo, pode executar várias funções, o que permitiria uma formação mais ofensiva.

"O Fábio pode contar comigo nessas funções. Ele me conhecia há tempos quando cheguei. Já joguei aberto, de primeiro ou segundo volante. Se precisar de zagueiro, eu faço. Importa é estar jogando e o Corinthians ganhar", comentou Renê.

Gabriel também se candidata a atuar ao lado de Ralf, embora essa pareça ser a dupla menos provável para ganhar sequência. "Podemos jogar juntos ou separados, depende da outra equipe. É uma qualidade a mais para o Corinthians. Lógico que o Ralf é totalmente vitorioso. Na Europa, um jogador joga uma partida e não joga outra, tem uma rotatividade. O Corinthians tem outra mentalidade, e todos são produtivos", comentou.

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