Paulo Passos, iG São Paulo

Eleição marcada para esta segunda-feira, em São Paulo, pode dar ao Clube dos 13 pela primeira vez em 14 anos um presidente que não seja Fábio Koff. Apoiado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Kléber Leite tenta desbancar o gaúcho para comandar pelos próximos três anos a associação que reúne os 20 time de maior torcida do Brasil.

Koff ainda é o favorito. Calcula ter 12 dos 20 votos. Já Leite não faz projeções. Mas é sabido que o oposicionista conseguiu, nas últimas semanas, fazer com que ao menos Botafogo, Coritiba e Goiás, que haviam garantido voto à situação, mudassem de lado e declarassem apoio à sua chapa.

A eleição define o administrador de uma verba de US$ 600 milhões, dinheiro pago aos clubes pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. Mas não é só isso. Aponta também qual o grau de poder de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, sobre os dirigentes das maiores agremiações do país.

Em março, Kleber Leite, que já foi presidente e diretor do Flamengo, anunciou que concorreria à presidência do Clube dos 13. A candidatura teve apoio declarado do número 1 da CBF. "Contamos com o presidente Ricardo Teixeira para ter uma abertura definitiva com a entidade?, afirmou Leite, em entrevista ao iG.

Com o apoio da entidade máxima do futebol brasileiro, a oposição inchou. Há pouco mais de um mês, o grupo tinha apoio de somente três clubes: Vasco, Cruzeiro e Corinthians. Em menos de 10 dias, Coritiba, Botafogo e Goiás mudaram de lado. Os três chegaram a anunciar apoio a Koff, mas já confirmaram voto a Kleber Leite.

"Evidente que foi uma surpresa ver dois presidentes que haviam hipotecado irrestrito apoio aparecerem na chapa adversária?, admitiu Fábio Koff ao iG. Segundo o jornal "Folha de São Paulo?, o Botafogo teria recebido R$ 8 milhões em empréstimo para apoiar o candidato da CBF.

Agora Vitória, Bahia, Atlético-PR, Santos, Guarani e Fluminense são os alvos do candidato da oposição para reverter uma vantagem, que, segundo a situação, é de 6 votos. Na última quarta-feira, Kleber Leite esteve em Salvador, onde recebeu apoio da Federação Baiana de Futebol à sua candidatura e conversou com a direção do Vitória. Um dia antes, em São Paulo, se reuniu com o presidente do Santos. Na terça-feira, o encontro foi com Roberto Horcades, do Fluminense.

Já o Atlético-PR, que tem seu mandatário Marcos Malucelli como vice-presidente da chapa de Fábio Koff, sofreu pressões da CBF nos últimos dias. É que a entidade definiu o Centro de Treinamento do clube como local da preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo e teria pedido apoio a Leite como retribuição.


Eleição pode ser definida pelo mais velho
Caso as duas chapas empatem em número de votos, a definição acontecerá por meio do Voto de minerva. Segundo o estatuto do Clube dos 13, nesses casos, o presidente mais velho deve escolher o vencedor. Essa é mais uma vantagem da situação, já que o são-paulino Juvenal Juvêncio, um dos principais apoiadores de Koff, é aos 74 anos o mais idoso dos votantes.

O pleito está marcado para as 14h e ocorrerá em uma sala fechada na sede do Clube dos 13. Os presidentes dos 20 clubes com maior torcida do Brasil anunciarão em voz alta os escolhidos e o resultado será divulgado logo após o final da votação.


Entenda o caso
O racha entre a atual diretoria do Clube dos 13 e Ricardo Teixeira começou em 2009, após a CBF romper com a FBA, entidade responsável pela organização da Série B do Campeonato Brasileiro. A entidade máxima do futebol no Brasil ofereceu R$ 30 milhões pelos direitos de transmissão da competição.

Com quatro filiados disputando a competição, Fábio Koff precisava avalizar o novo contrato. Não o fez, o que irritou Teixeira. A partir deste episódio, ele passou a articular uma candidatura de oposição na entidade administrado desde 1996 pelo ex-presidente gremista.

No final de março, Kleber Leite, que além de dirigente também é sócio de uma empresa de marketing esportivo parceira da CBF e da TV Globo, anunciou que disputaria as eleições no Clube dos 13. O pleito que estava previsto para outubro foi antecipado para o dia 12 de abril.

Apoiam Fábio Koff

Internacional, Grêmio, Atlético-PR, São Paulo, Flamengo, Fluminense, Atlético-MG, Portuguesa, Bahia, Sport, Guarani e Palmeiras

Indecisos

Santos e Vitória

Prometeram voto a Koff, mas podem mudar

Atlético-PR, Fluminense, Guarani e Bahia

Apoiam Kleber Leite

Corinthians, Botafogo, Goiás, Coritiba, Vasco e Cruzeiro

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