Viver na sombra de um ídolo, principalmente o goleiro, não é uma tarefa fácil

Viver na sombra de um ídolo, principalmente o goleiro, não é uma tarefa fácil


Bruno Braz e Pedro Lopes
Do UOL, em São Paulo

Palmeirense de coração, lapidado na famosa escola de goleiros do Palestra Itália e com o privilégio de ter se formado como profissional ao lado do ídolo Marcos. Diego Cavalieri tem toda uma bagagem que poderia colocá-lo na condição de referência do clube paulista, mas foi no Fluminense, rival do Alviverde neste domingo, que o arqueiro encontrou sua estabilidade.

Cavalieri se profissionalizou em 2002. Trabalhando com o preparador Carlos Pracidelli e sob a influência de Marcos, já era desde a base considerado um talento excepcional e o substituto natural do goleiro chamado de "santo" pela torcida alviverde.

Viver na sombra de um ídolo, principalmente o goleiro, não é uma tarefa fácil – Denis, do São Paulo, que o diga. Em 2006 e 2007, na medida em que Marcos começou a sofrer com lesões, Diego foi começando a ganhar oportunidades.

Com a camisa alviverde, o goleiro deu sinais de que poderia ter uma bola história na Academia de Futebol. Assumiu a posição no Brasileirão de 2007, e conquistou a confiança da torcida. A trajetória, entretanto, teve uma interrupção abrupta.

As boas atuações levaram a uma sedutora proposta do Liverpool (ING), em 2008, que fez com que novos planos surgissem e o desafio de atuar na Europa fosse encarado. Cavalieri despontava como uma estrela em ascensão e um dos principais goleiros do Brasil.

O sonho de atuar no exterior, no entanto, ficou longe do imaginado. No clube inglês, amargou a reserva durante todo o tempo para o espanhol Pep Reina e, em dois anos, jogou somente dez vezes. Acabou emprestado para o Cesena (ITA) e, novamente, ficou entre os suplentes, desta vez perdendo a vaga para o italiano Francesco Antonioli, veterano de Roma e seleção italiana.

Desanimado, viu na proposta do Fluminense a chance de retomar a alegria com o futebol. O início em 2011, todavia, começou difícil, mesmo com toda a expectativa. Falhou em algumas partidas, por conta da falta de ritmo, e chegou a ser banco de Ricardo Berna. Aos poucos, porém, foi adquirindo a melhor forma e dali em diante não saiu mais.

Conquistou o Campeonato Brasileiro e o Carioca de 2012, sendo eleito o melhor goleiro da competição em ambos, e foi convocado para a Seleção Brasileira e participou da conquista da Copa das Confederações de 2013.

Identificado com o Tricolor, renovou em dezembro de 2014 por mais quatro temporadas com o clube das Laranjeiras. Neste domingo, reencontra o Palmeiras. Hoje o alviverde está bem servido de goleiros, com Fernando Prass; é inevitável, porém, que o torcedor no Allianz Parque não se pergunte, ao menos uma vez, o que poderia ter sido se Diego tivesse permanecido em 2008.

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