O Tricolor é um clube adoentado, tomando aspirina, de forma paliativa e sem responsabilidade, diante de uma doença bem mais grave que uma simples febre com resfriado

O Tricolor é um clube adoentado, tomando aspirina, de forma paliativa e sem responsabilidade, diante de uma doença bem mais grave que uma simples febre com resfriado

Você, são-paulino, que bate no peito, saudoso pelo títulos conquistados e são muitos, e brada em tom arrogante, sim, que “time grande não cai”, você tem todo o direito de fazê-lo, afinal você é torcedor e sua paixão faz cegar. Normal... Anormal seria eu não entendê-lo.

Já eu, como analista, garanto: time grande cai, assim como gigante despenca e o roteiro do São Paulo é de clube fadado ao rebaixamento. Se fosse apostar hoje, o que eu nunca faria, pois não curto apostas, cravaria que o São Paulo não será degolado à Série B. Não por este jargão malfadado de torcedor passional, de que time grande não cai, mas por entender que existam times piores e menos estruturados na briga pelo rebaixamento no Brasileirão.

No entanto, meu palpite é apenas um palpite. Sim, de alguém que já viu muita coisa no futebol e muitos dissabores, inclusive convivendo de perto o calvário do rebaixamento de outros clubes gigantes do futebol brasileiro.

Posso também falar com propriedade sobre o São Paulo, pois fui setorista do clube e vivi de perto a política e o dia a dia do Morumbi e do CT da Barra Funda. O Tricolor há muito tempo namora com a zona da degola. O rebaixamento ameaça o São Paulo não é de hoje. A crise também não é de hoje.

Dito isso, afirmo: o problema do São Paulo não é apenas técnico, envolvendo jogadores e comissão técnica. Numa escala de responsabilidades, acredite, o comando dentro das quatro linhas é o menos culpado. O problema do São Paulo é de gestão, diretivo, político...

O São Paulo não tem um time e não é de hoje. O clube vive de expectativas e venda de jogadores. Não há uma linha de trabalho, um planejamento na busca por títulos. O São Paulo é um time de negócios, onde se forma e vende atletas. Os títulos? Apenas um detalhe...

E o clube segue sempre sem dinheiro em caixa, na busca por um negócio hoje para garantir o almoço do dia seguinte.

O ídolo Rogério Ceni se foi, veio Dorival Júnior. O que mudou? Nada...

Sim, Dorival está há apenas dois jogos no comando. Admito, muito pouco para avaliá-lo, sei disso. Mas posso falar do Dorival como treinador e seu currículo. Acompanho ele faz tempo e sei que pouco agregará ao clube, assim como quase nada Pep Guardiola agregaria a esse atual São Paulo.

Reitero torcedor são-paulino: o problema do seu clube não é apenas treinador e jogadores. Todos são vítimas de um comando que não segue uma linha de trabalho, um planejamento.

Qual o último grande time formado pelo São Paulo? Os títulos também minguaram...

O Tricolor hoje é um clube adoentado, tomando aspirina, de forma paliativa e sem responsabilidade, diante de uma doença bem mais grave que uma simples febre com resfriado.

O São Paulo atual é um clube que tritura treinadores e vende jogadores. Que desrespeita ídolos e pior: parece perder até mesmo a condição de “time da fé”.

O São Paulo atual é candidato ao rebaixamento. O desempenho do time revela isso. O fanático pode desconversar, mas o afirmação de que “time grande não cai” nada mais é que um grito de desespero, de alguém que não deseja assistir o que virá pela frente. Medo, vergonha, tristeza... Tudo aflige o torcedor.

Mesmo que o São Paulo se salve, será mais um ano perdido. Mais uma temporada em que a fé e a paixão do torcedor foram desrespeitadas, maltratadas, jogadas no lixo. Que me perdoem os amigos, conhecidos e anônimos são-paulinos que me seguem, mas usarei o trecho do hino de um rival para exemplificar o atual momento do clube, num tom de apelo: “Salvem o São Paulo!”

 

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Foto: sãopaulofc / Divulgação

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