Quase cinco meses depois de ter revelado sua dependência química por meio de depoimentos de familiares e ex-companheiros do futebol, o zagueiro Flávio Donizete voltou a ser personagem do programa "Domingo Show", da Record TV, neste domingo. O jogador campeão estadual, brasileiro, da Libertadores e do Mundial de Clubes pelo São Paulo foi surpreendido ao receber alta da clínica de reabilitação onde se tratava, na cidade paulista de Arthur Nogueira.
Ele reencontrou a família após longo período e ainda foi informado de que poderá fazer uma avaliação na Portuguesa para retomar a carreira na Série A2 do Campeonato Paulista de 2019.
"Eu não sei se vou voltar a jogar, mas estou fazendo o possível e o impossível para que isso aconteça. A chama continua acesa de voltar a jogar, de fazer parte de uma equipe", disse o jogador, que esperava ter alta somente em fevereiro de 2019, mas celebrou a antecipação em razão dos bons resultados do tratamento e poderá recuperar a forma física no Canindé. A reportagem também exibiu imagens de Flávio em ação no novo clube, a que retorna após 12 anos.
"Eu estava morto. Na verdade a droga acabou me paralisando naquele momento. Mas tive essa oportunidade de dar a volta por cima e estou tentando a cada dia fazer meu melhor para a minha vida e meus familiares. É um pequeno começo, porque eu tenho muito mais a crescer como ser humano, como pai."
No primeiro mês de tratamento, Flávio Donizete não pôde receber nenhum tipo de visita ou ter contato com pessoas de fora da clínica. Ele aproveitou o tempo para se reabilitar fisicamente em nome da retomada da carreira e emagreceu 12 kg. Além disso, realizou acompanhamento psicológico e todo o processo necessário para a recuperação, com um reencontro com a esposa Cibele promovido pela produção do programa após dois meses de internação. Ao mesmo tempo do tratamento de Flávio, esposa e mãe do jogador, Marlene, foram submetidas a procedimentos estéticos.
"Não teve uma vírgula de falta de disciplina ou mau comportamento", disse Alexandre Castanheira, responsável pela clínica de reabilitação. O ex-jogador Cafu também participou das duas etapas da reportagem, desde a internação até a alta: "Vejo um cara pronto para enfrentar a vida". Flávio Donizete também recebeu R$ 15 mil de uma empresa patrocinadora e outros presentes.
Flávio Donizete é revelado nas categorias de base do São Paulo e chegou a receber até R$ 30 mil mensais na temporada de 2005. No fim do ano seguinte o contrato acabou e não foi renovado. Segundo ele, foi nesse momento em que começou a beber demais e entrou nas drogas. O vício fez com que o zagueiro tivesse dificuldades para se recolocar no mercado, vendesse premiações como taças e a medalha da Libertadores de 2005 e começasse a trabalhar em outras funções, como servente de pedreiro. Na reportagem deste domingo, Cafu devolveu a medalha após a produção localizar o colecionador que havia comprado o item por R$ 1,8 mil.
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