Eles impediram gols de Pelé e Cruyff, respectivamente. Fotos: Reprodução

Eles impediram gols de Pelé e Cruyff, respectivamente. Fotos: Reprodução

Para muitos esta questão é cristalina: o inglês Gordon Banks (1937-2019) fez a defesa mais difícil de todos os tempos no futebol profissional, na partida entre a sua Inglaterra contra o Brasil na Copa de 1970, no México.

O jogo, ainda pela fase de grupos, estava empatado em 0 a 0, na etapa inicial, quando Jairzinho, pela direita, alçou a bola para a grande área inglesa.

Pelé (1940-2022), entre a marca do pênalti e a linha da pequena área, saltou com a habitual impulsão e plasticidade para golpear de cabeça, para o chão, quando Banks, no limite da bola entrar, conseguiu espalmar quando ela bateu no gramado e subiu, para incredulidade do Rei do Futebol e principalmente daqueles que estavam atrás da meta da Inglaterra no Estádio Jalisco, em Guadalajara.

Porém, Banks não conseguiu evitar a derrota de sua equipe, e Jairzinho fez o gol (no segundo tempo) que classificou o Brasil para a fase seguinte, mantendo o time do técnico Zagallo (1931-2024) na trilha do título.

MAS...

Menos famosa que a defesa de Banks, outra intervenção espetacular até divide opiniões acerca do feito de Banks.

Quatro anos depois do tricampeonato do Brasil em terras mexicanas, o Brasil não tinha mais Pelé e acabou "engolida" pela Holanda, equipe que ganhou a alcunha de "Laranja Mecânica", comandada pelo mítico treinador Rinus Michels (1928-2005) na segunda fase da Copa do Mundo de 1974, na Alemanha.

O duelo desta feita foi entre o principal jogador holandês, Johan Cruyff (1947-2016), e o goleiro brasileiro Emerson Leão.

Assim como em 1970, quando Pelé ficou na vontade para abrir o placar para o time canarinho, em 1974 foi a vez de Cruyff lamentar uma defesa que beirou o impossível na partida disputada no Westfalenstadion, em Dortmund.

Se Pelé foi perfeito no cabeceio contra Banks, Cruyff também executou muito bem o arremate após cruzamento da direita .Luis Pereira não conseguiu afastar de cabeça e Zé Maria dominou mal.

A bola sobrou açucarada para o camisa 14 holandês, que chutou com força, "à queima roupa", de pé esquerdo, no canto esquerdo baixo, mas Leão anteviu a direção da bola e saltou com agilidade impressionante para espalmar a escanteio.

Cruyff levanta o braço direito, sem acreditar no que o goleiro brasileiro havia feito, como se dissesse: "Assim não dá, como ele conseguiu fazer isso?".

E, assim, como em 1970, o goleiro (Leão) não conseguiu evitar a derrota de sua seleção...

A Holanda marcou dois gols no segundo tempo, com Neeskens (1951-2024) e Cruyff, impedindo o Brasil de chegar à final.

A equipe brasileira acabou disputando o terceiro lugar com a Polônia e perde por 1 a 0, gol marcado por Lato.

A Holanda até chegou à decisão, mas acabou sucumbindo à anfitriã Alemanha, que venceu a decisão por 2 a 1, de virada. Neeskens abriu o placar para a "Laranja Mecânica", Breitner empatou para os alemães e Gerd Müller (1945-2021) fez o tento do título para a equipe comandada por Helmut Schön (1915-1996). 

EM COMUM...

Independente de considerar uma ou outra defesa mais difícil (ou espetacular, como queiram), ambas têm um ponto em comum: tanto Banks quanto Leão enfrentaram adversários da mais alta qualidade, Pelé e Cruyff, respectivamente...

ABAIXO, OS DOIS VÍDEOS. O PRIMEIRO, DA DEFESA DE GORDON BANKS NO CABECEIO DE PELÉ, COM NARRAÇÃO DE PEDRO LUIZ PAOLIELLO (1919-1998). E O SEGUNDO, COM A DEFESA DE EMERSON LEÃO, NO CHUTE "À QUEIMA ROUPA" DE CRUYFF, COM LOCUÇÃO DE CID MOREIRA (1927-2024)

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