O técnico tem o hábito de desviar o foco em suas entrevistas coletivas. Foto: Lucas Uebel/Grêmio

O técnico tem o hábito de desviar o foco em suas entrevistas coletivas. Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Renato Gaúcho não pode ficar impune. O que ele falou é grave. Gravíssimo. Ameaçou divulgar os nomes dos jornalistas do Rio Grande do Sul que, na opinião dele, Renato, divulga inverdades sobre ele.

“Vou dar os nomes para os torcedores do Grêmio. Muitos aqui têm filhos no colégio. Os torcedores sabem o que cada um faz, por onde anda. Vou falar”, disse, o treinador, em tom claro e explícito de ameaça.

Quando ele, Renato, fala em “torcedores”, é claro e inquestionável que ele está se referindo aos elementos das chamadas torcidas organizadas do clube, que ele, tão bem conhece e sabe que são perigosos, muitos com ficha suja na polícia.

Ninguém vai fazer nada?

O Ministério Público do Rio Grande do Sul vai ficar só observando à distância, sem tomar nenhuma providência.

Não pode ser assim.

Renato tem de ser questionado como a gravidade e irresponsabilidade de suas palavras, ditas em entrevista coletiva para todo o país.

E olha que até concordo em alguns pontos com o Renato. É verdade que, com a invasão dos influenciadores e representantes de sites de clubes no noticiário diário dos clubes de futebol, o jornalismo sério foi para o ralo.

O jornalismo feito com seriedade, com informações apuradas, perdeu espaço para os divulgadores de notícias falsas.

Passou a valer a paixão clubística e os interesses individuais em canais no youtuber, que funcionam sem nenhum controle.

Renato fez ameaças e, pior, generalizou.

É bom lembrar que o Grêmio, dirigido por Renato, faz campanha pífia no Campeonato Brasileiro e flerta com o rebaixamento para a Série B.

O técnico tem o hábito de desviar o foco em suas entrevistas coletivas. Prefere discutir com os jornalistas a falar de tática e do futebol que o seu time mostra no gramado.

Mas a maneira como ele desta vez desviou o foco foi abominável.

Teria sido melhor se tivesse dado os nomes daqueles que trabalham sem seriedade.

Do jeito que fez, colocou todos os jornalistas sob suspeita.

E correndo o risco de virarem vítimas da fúria de bandidos travestidos de torcedores de futebol.

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