Ao longo dos anos, seleção brasileira foi ajudada muitas vezes pela arbitragem

Ao longo dos anos, seleção brasileira foi ajudada muitas vezes pela arbitragem

É inegável que o Brasil é a seleção mais importante da história das Copas. Presente em todas as edições do evento, maior campeão da história com cinco títulos, celeiro de inúmeros craques, não tem como diminuir o brilho da camisa amarela. É fato, também, que a seleção brasileira é uma das equipes mais favorecidas pela arbitragem na história dos mundiais.

A tradição e especialmente a força política brasileira no cenário mundial ajudam a explicar episódios de erros de árbitros que, em momentos de aperto, penderam para o lado do selecionado verde e amarelo.

1962: generosidade da arbitragem não atrapalhou o bicampeonato

A Copa disputada no Chile tinha um grande favorito: o Brasil. Com Garrincha voando baixo, o excrete canarinho, em tese, nem precisaria de uma mãozinha da arbitragem. Ainda assim, a seleção contou com pelo menos 3 erros dos apitadores durante o mundial.

Diante da forte Espanha, na primeira fase, Nilton Santos cometeu pênalti absurdamente claro sobre Enrique Collar. Em um gesto de malandragem, o histórico lateral brasileiro deu 3 passos nada discretos para fora de área e, de forma constrangedora, a arbitragem anotou apenas falta para os espanhóis. Na sequência, falta levantada na área, Puskas acerta uma bicicleta lindíssima e marca para a Fúria. O belo gol acabou anulado no melhor exemplo de “perigo de gol” da história do futebol.

Alguns jogos mais tarde veio uma grande demonstração da força brasileira nos bastidores da Copa do Mundo. Grande nome daquela Copa, Garrincha acabou expulso na semifinal, diante do Chile. Os brasileiros lamentavam o desfalque do Mané na grande final, mas surpreendentemente a expulsão do camisa 7 não foi relatada pelo árbitro da partida. Desse modo, o Brasil conseguiu impedir a suspensão do Anjo das Pernas Tortas, que acabou livre para disputar a decisão contra a Tchecoslováquia.

1970: pancadas ignoradas pela arbitragem

Até a maior seleção da história das Copas recebeu uma mãozinha da arbitragem em 1970. Capitão da equipe que conquistou o tricampeonato no México, Carlos Alberto Torres poderia (e merecia) ser expulso diante da Inglaterra. Em gesto de vingança depois que o goleiro Felix foi agredido pelo inglês Francis Lee (que também merecia a expulsão), o Capita deu um verdadeiro pontapé no britânico. A brutalidade do brasileiro, porém, foi ignorada pelo juiz da partida.

Na semifinal daquela Copa, foi a vez do Rei Pelé correr o risco de ser expulso, dessa vez contra o Uruguai. Acostumado a apanhar, o camisa 10 soltou uma cotovelada que nocauteou o uruguaio Matosas. Para surpresa geral, o árbitro da partida anotou falta do uruguaio sobre o brasileiro.

2002: ajudinha no Penta

Logo na estreia brasileira na Coreia e no Japão, o Brasil encarou um jogo duríssimo contra a Turquia. A partida se arrastava para o 1 a 1 suado, quando o atacante Luizão recebeu a bola na meia lua. Puxado pelo defensor turco, o centroavante brasileiro se atirou para dentro da área. Falta claríssima, só que fora da área. O árbitro coreano, porém, anotou pênalti para o Brasil, que Rivaldo bateu e converteu, selando a vitória verde e amarela.

Alguns jogos mais tarde, nas oitavas de final, mais uma vez um jogo complicado, dessa vez diante da Bélgica. Bola levantada na área, bela cabeçada do centroavante Mark Wilmots que superou o goleiro Marcos. O árbitro jamaicano da partida, porém, viu falta do belga sobre Roque Junior (inexistente) e anulou o tento, mantendo o 0 a 0 no placar.

2010: mãozinha de Luis Fabiano e da arbitragem

O Brasil precisava vencer a Costa do Marfim para garantir a classificação na Copa do Mundo da África. Luis Fabiano anotou um verdadeiro golaço, com um pequeno detalhe: após lindo chapéu sobre o defensor marfinense, o camisa 9 nitidamente dominou a bola com o braço. A arbitragem ignorou a irregularidade e validou o gol brasileiro.

2014: pênalti fajuto em Fred

Diante de uma forte seleção croata, o Brasil já se conformava em sair de Itaquera sem uma vitória na abertura da Copa do Mundo de 2014, até que Fred recebeu uma bola na área. De costas para o zagueiro, o camisa 9 caiu lentamente, já olhando para o árbitro da partida que se convenceu e marcou pênalti absurdo para os donos da casa. Neymar converteu e selou a vitória verde e amarela.

É claro que ao longo da história há favorecimentos até mais graves a outras seleções, como a Argentina em 1978, a Inglaterra em 1966, e até mesmo a campanha da Coreia do Sul em 2002. Seria leviano e injusto manchar os cinco títulos mundiais do Brasil por conta de erros de arbitragem. É fato que em todas as conquistas, a equipe brasileira foi superior aos adversários e marcou época com grandes equipes. Mas a história mostra que, na dúvida, a arbitragem não se coloca contra o Brasil.

 

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

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