Após vencer a Argentina por 3 a 1, um empate contra a Itália bastava em 5 de julho de 1982 para a seleção brasileira avançar às semifinais da Copa do Mundo da Espanha, no extinto Estádio Sarrià.
Sensação daquele Mundial, com um futebol ofensivo, o time de Telê Santana reunia uma safra de fazer inveja aos principais rivais, com um quadrado de meio-campo formado por Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico.
Porém, o time de Telê Santana não era unanimidade. Leão estava em fase bem melhor que Waldir Peres, e Serginho Chulapa só garantiu a camisa 9 por conta da contusão que tirou Careca da disputa.
De qualquer forma, após uma primeira fase convincente, embora passando por adversários fracos, casos de Escócia e Nova Zelândia, e outro de nível médio, a União Soviética, o time canarinho deixou ótima impressão com o triunfo sobre a Argentina na segunda fase, por 3 a 1.
Porém, naquele 5 de julho de 1982, o time brasileiro acabou derrotado pela ótima Itália do técnico Enzo Bearzot por 3 a 2, os três gols da Azzurra marcados por Paolo Rossi. Clique aqui e veja sua página na seção "Que Fim Levou?"
O time brasileiro sofreu o primeiro gol logo aos 5 minutos do primeiro tempo. Rossi, livre, tocou de cabeça da entrada da pequena área, após cruzamento de Cabrini.
SÓCRATES & ZICO
O ânimo brasileiro foi retomado após a linda jogada de Zico pela direita. O Galinho se livrou da marcação com um belo drible e tocou para Sócrates. O craque, então do Corinthians, chutou no canto esquerdo da meta de Dino Zoff, aos 12 minutos, empatando o placar.
FALHA DE TONINHO CEREZO
O erro de marcação do primeiro gol italiano foi pequeno perto do que aconteceu quando Paolo Rossi recolocou o time azul em vantagem, aos 25 minutos. Toninho Cerezo, na altura da intermediária brasileira, tocou para o meio, para Luisinho. Rossi se antecipou e entrou na grande área para bater no lado esquerdo da meta de Waldir Peres. Fim do primeiro tempo, Itália 2 x 1 Brasil.
REI DE ROMA
Falcão, preterido por Claudio Coutinho na Copa de 78, na Argentina, era ídolo na Itália, onde ostentava a alcunha de "Rei de Roma". Aos 22 minutos do segundo tempo, foi ele, após receber passe de Júnior, quem recolocou o time brasileiro em condições de avançar na Copa. De perna esquerda, após se livrar da marcação italiana, que foi em direção de Cerezo, que passou pela direita, fazendo o "corat-luz". Falcão chutou forte para vencer Zoff: 2 a 2, resultado que classificava a seleção brasileira.
ESTRELA DE ROSSI
Mas os erros brasileiros pareciam infindáveis. Cerezo, novamente, recuou de cabeça para Waldir Peres uma bola que poderia ter dominado. O goleiro não conseguiu evitar o escanteio que resultou no terceiro gol italiano, mais uma vez do camisa 20 Paolo Rossi, aos 29 minutos. O atacante recebeu livre na entrada da pequena área. Júnior, se tivesse dado um passo à frente, teria deixado Rossi em posição de impedimento.
O zagueiro brasileiro Oscar ainda teve uma grande oportunidade no final, de cabeça, mas Zoff defendeu.
A seleção italiana, que já havia reservado passagens de volta à Velha Bota, por não acreditar que fosse passar pelo Brasil, engrenou de vez e sagrou-se campeã,
Paolo Rossi voltou a brilhar na semifinal diante da Polônia (marcou os dois gols na vitória por 2 a 0) e fez um dos três na final contra a Alemanha no triunfo por 3 a 1.
ABAIXO, OS GOLS DE ITÁLIA 3 X 2 BRASIL EM 5 DE JULHO DE 1982. A LOCUÇÃO É DE MILTON NEVES, NO "GOL, O GRANDE MOMENTO", DA BAND
FICHA TÉCNICA DA PARTIDA
Itáia 3 x 2 Brasil
Estádio: Sarrià (Barcelona)
Público: 44 mil espectadores
Gols: Paolo Rossi (5´); Sócrates (12´); Paolo Rossi (25´); Falcão (68´) e Paolo Rossi (74´).
Itália: Zoff; Oriali, Scirea, Colovatti (Bergomi) e Cabrini; Gentile; Bruno Conti, Tardelli (Marini)), Antognoni e Graziani; Paolo Rossi. Técnico: Enzo Bearzot.
Brasil: Waldir Peres; Leandro, Oscar, Luisinho e Júnior; Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho (Paulo Isidoro) e Éder. Técnico: Telê Santana.
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