Cannigia marcou o gol sobre o time de Lazaroni em 1990. Foto: Reprodução

Cannigia marcou o gol sobre o time de Lazaroni em 1990. Foto: Reprodução

Se alguns consideram a derrota brasileira para a Itália na Copa de 1982 uma das mais traumáticas da história do futebol brasileiro, no mesmo pedestal do  2 a 1 para o Uruguai em 1950 - ou o 7 a 1 contra a Alemanha em 2014 -, em 1990, na Copa da Itália, a vitória da argentina também teve elevado grau de dramaticidade, sobretudo pela superioridade do time brasileiro, que acabou estacando sua participação nas oitavas de final.

Há exatos 32 anos, em 24 de junho de 1990, o time então comandado por Sebastião Lazaroni, bastante criticado por não ter levado o meia corintiano Neto para o Mundial, pressionou a equipe argentina desde o início.

No primeiro tempo, Careca desperdiçou algumas chances, e Dunga cabeceou uma bola na trave do goleiro Goycoechea, que  cinco anos mais tarde atuou pelo Internacional de Porto Alegre.

A Argentina do técnico Carlos Bilardo fez um primeiro tempo discreto, apesar das presenças de Maradona e Caniggia, utilizando-se de contra-ataques, alguns perigosos, mas o zero não saiu do placar nos 45 minutos iniciais.

Mais pressão brasileira na etapa derradeira. Um lance chamou atenção, com duas bolas nas traves argentinas em um curto intervalo de tempo, primeiro com Careca e na sequência do lance com Alemão.

A Argentina, por sua vez, permanecia na estratégia dos contragolpes, até que aos 35 minutos Maradona passou por três brasileiros e serviu Claudio Caniggia, que ficou cara a cara com Taffarel. O atacante teve calma para driblar o goleiro brasileiro e tocar para fazer 1 a 0. CLIQUE AQUI E VEJA A PÁGINA DE CLAUDIO CANIGGIA NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?"

Lazaroni imediatamente promoveu duas substituições: o meia Silas no lugar do líbero Mauro Galvão e o atacante Renato Gaúcho na vaga do volante alemão.

Mais ofensivo, o time brasileiro conviveu com as fortuitas (mas agudas) investidas argentinas. Taffarel precisou se esforçar para evitar um gol de Maradona em cobrança de falta. Em outro lance, Basualdo, na iminência de fazer o segundo gol, acabou derrubado pelo capitão Ricardo Gomes, que foi expulso.

Mesmo com um homem a menos, a equipe brasileira continuou pressionando e a última chance clara acabou sendo desperdiçada por Muller, aos 43 minutos. Próximo à pequena área, sozinho diante de Goycoechea, o atacante que à época defendia o Torino, chutou para fora, à esquerda da meta argentina.

No desespero, nos acréscimos determinados pelo árbitro francês Joel Quiniou, o Brasil viveu de bolas alçadas na área adversária, sem perigo efetivo.

Terminava assim, no Estádio Delle Alpi, em Turim, a jornada brasileira no Mundial de 1990, logo nas oitavas de final.

A Argentina seguiu e foi até a final, após eliminar Iugoslávia e Itália (ambas nos pênaltis) para enfrentar a Alemanha na decisão e perder por 1 a 0 (gol de Andreas Brehme, de pênalti).

O sonho brasileiro pelo tetra foi adiado para Copa dos Estados Unidos, onde a seleção brasileira acabou conquistando seu quarto mundial, após 24 anos.

Em 2004, durante programa de televisão, Maradona revelou que o massagista argentino Miguel Di Lorenzo ofereceu uma água "batizada" ao lateral brasileiro Branco, que passou mal, durante a partida na Copa de 90, fato confirmado pelo jogador Basualdo logo depois.

ABAIXO, OS MELHORES MOMENTOS DA PARTIDA, COM NARRAÇÃO DE GALVÃO BUENO E COMENTÁRIOS DE PELÉ E FAUSTO SILVA

Ficha técnica da partida:

Brasil 0 x 1 Argentina

Local: Estádio Delle Alpi (Turim), Itália

Data: 24 de junho de 1990

Público: 61.381

Árbitro: Joel Quiniou (França)

Auxiliares: Alexey Spirin (URSS) e Pierluigi Pairetto (ITA).

Gol: Caniggia, aos 35 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Monzón, Giusti, Ricardo Rocha, Mauro Galvão e Goycochea . Cartão vermelho: Ricardo Gomes

Brasil: Taffarel, Ricardo Rocha, Mauro Galvão (Silas) e Ricardo Gomes; Jorginho, Dunga, Alemão (Renato Gaúcho), Valdo e Branco; Careca e Muller.

Técnico: Sebastião Lazaroni

Argentina: Goycoechea, Simon, Ruggeri, Monzon e Olarticoechea; Giusti, Basualdo, Burruchaga e Maradona; Troglio (Calderón) e Caniggia. 

Técnico: Carlos Bilardo

Ainda integravam o elenco brasileiro, além daqueles que jogaram contra a Argentina: os goleiros Acácio e Zé Carlos; Bismarck, Romário, Mozer, Aldair, Mazinho, Bebeto e Tita.

Últimas do seu time