Em que pesem os títulos conquistados por Tite pelo Corinthians, o nome de Oswaldo Brandão ainda rivaliza com o do atual treinador da seleção brasileira pelo topo da preferência de boa parte da torcida alvinegra, que via há exatos 39 anos a última vez que Brandão dirigia o time de Parque São Jorge, após empate em 3 a 3 contra o algoz Juventus, em jogo válido pelo Torneio Seletivo do Campeonato Paulista.
Naquele 15 de julho de 1981, o time grená da Mooca abriu três gols de vantagem (dois de Ataliba e um de Leís) quando o Timão "acordou" e foi buscar o empate, com tentos assinalados por Paulinho, Zenon (de pênalti) e Biro-Biro.
Ainda assim, apesar da reação corintiana naquela noite de quarta-feira no Pacaembu, Brandão acabou não resistindo à pressão da torcida, que gritava: "Ado, ado, ado, Brandão tá superado".
Então aos 64 anos de idade, Oswaldo Brandão, gaúcho como Tite - sendo o primeiro de Taquara e o segundo de Caxias do Sul –, havia construído uma história impossível de ser maculada em cinco passagens pelo Corinthians, sobretudo a primeira e a terceira.
Na primeira vez que dirigiu o time, entre 1954 e 1957, na conquista do IV Centenário, em 1954 (Campeonato Paulista), e na terceira (entre 1977 e 1978), quando comandou o time no fim do "jejum" de títulos, na conquista do Campeonato Paulista de 1977, ano em que o clube tinha como presidente Vicente Matheus.
Pontos em comum entre Brandão e Tite? Sim, principalmente o preciosismo nos treinamentos, com ênfase para princípios básicos, como posse de bola e passes corretos, além do bom relacionamento com os jogadores.
Nas entrevistas, Brandão também se assemelhava a Tite na cordialidade com a imprensa e no jeito pausado e didático em falar, apesar de alguns delslizes gramaticais, como definir um treino leve como treino "leviano".
Místico (Brandão era um fervoroso espírtia kardecista), chamou Basílio na véspera da partida decisiva contra a Ponte Preta em 1977 e disse ao camisa 8 corintiano que ele seria o autor do gol que livraria a torcida de 23 anos de martírio.
Depois de deixar o Corinthians, em 1981, Brandão ainda dirigiu o Cruzeiro-MG em 1984 e o Vila Nova-GO, seu último clube, em 1986.
Brandão, que começou sua vida no futebol como jogador, no Internacional de Porto Alegre, onde atuou entre 1937 e 1942, também figura como um dos maiores nomes da história do Palmeiras, clube pelo qual conquistou inúmeros títulos, entre eles os dois primeiros nacionais alviverdes.
Também foi treinador do São Paulo, clube pelo qual conquistou o Paulista de 1971, e comandou a seleção brasileira entre 1975 e 1977, preterido por Claudio Coutinho, que acabou comandando o time canarinho na Copa de 78, na Argentina.
Ele ainda trabalhou como comentarista esportivo na TV Record ao lado de Silvio Luiz e Flávio Prado após deixar a função de treinador.
Morreu aos 72 anos, em 29 de julho de 1989 na cidade de São Paulo, após um ano de luta contra um câncer no sistema linfático.
Fonte para pesquisa do jogo Corinthians 3 x 3 Juventus: Almanaque do Timão, de Celso Unzelte
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