Um dos esportes que mais me atraem nas Olimpíadas de Inverno é a patinação artística. Pelas roupas brilhantes, pela maquiagem perfeita, pela aflição ao assistir aos saltos dos patinadores, pela música, pela representação teatral no gelo. Mas o que mais me chama atenção desde o último sábado é a menina Yulia Lipnitskaya, de 15 anos.
Ela é assunto no mundo inteiro por ter sido determinante na conquista da primeira medalha de ouro da Rússia nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, na patinação por equipes.
Quando assisti à apresentação de Yulia no sábado com um balé ao som de You Don't Give Up on Love, de Mark Minkov e no domingo, vestida de vermelho ao som da música-tema de “A lista de Schindler”, de John Williams, não tive dúvidas que aliada à torcida a jovem seria e ainda será uma das grandes revelações de Sochi.
Mesmo com apenas 15 anos, o mundo da patinação artística já conhecia Yulia. Afinal, ela tem currículo de gente grande. Mas Olimpíada é Olimpíada, evento grande, mais divulgação.
Começando pela conquista mais recente da menina antes do ouro em Sochi. Yulia foi primeiro lugar no Campeonato Europeu no mês passado. Ela deixou para trás a campeã do mundo, Caroline Kostener, da Itália, que ficou com a prata.
Yulia ainda foi campeã do Grand Prix de Patinação em 2013, no Canadá. Na ocasião, a menina levantou a torcida ao patinar ao som da trilha do filme “Kill Bill”, de Quentin Tarantino. A roupa usada também fez referência ao filme, deixando de lado o tradicional vestido usado pelas patinadoras.
Como patinadora júnior, categoria que Yulia deixou apenas o ano passado, ela foi campeã mundial (2012) e vice-campeã em 2013, quando perdeu para a compatriota e também promessa da patinação, Elena Radionova, 16 anos.
Em Sochi, a jovem patinadora superou duas marcas pessoais em relação a pontuações. No sábado, quando fez 72.90 pontos no programa curto e no domingo, quando marcou 141.51 na patinação livre.
Dentro e fora do gelo, o que chama a atenção é a disciplina com a qual uma garota tão jovem leva sua vida e carreira.
O começo da carreira foi aos quatro anos de idade, na cidade russa de Yekaterinburg, onde nasceu. Aos nove a menina teve de optar se seguiria na patinação ou iria se dedicar à carreira diferente.
A patinação falou mais alto e ela se mudou junto com a mãe para Moscou. Foi então que a Yulia profissional nasceu. Estudando em casa e com paixão por pintar e andar a cavalo, nada pode sair ruim para a russa dentro do gelo, é muita disciplina e exigência.
Desde que entrou para a patinação profissional Yulia acredita que amadureceu. “Eu mudei e minha patinação mudou. Minha patinação está mais madura na minha cabeça e nos meus pensamentos”, disse a jovem ao jornal americano The Ney York Times, em janeiro.
Ao lado da companheira de equipe, Elena Radionova, Yulia ainda vai exibir talento em Sochi e mostrar que a patinação russa voltará a ser potência mundial, como nos tempos da Guerra Fria. A jovem disputa nos dias 19 e 20 o programa curto e a patinação livre individual. Não será fácil, afinal, a atual campeã olímpica, a sul-coreana Yuna Kim, não será fácil de ser batida.
No Twitter: @karla_torralba
Foto: UOL
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