Saudade, está aí algo que venho muito cultuando e que anda me encucando como nunca

Saudade, está aí algo que venho muito cultuando e que anda me encucando como nunca

Um abraço para o jornalista Osvaldo Pascoal Pugliese, da TV Fox.

Saudades do presidente palmeirense Paschoal Walter Byron Giuliano, um gentleman.

Para a grande advogada Janaína Paschoal, meus parabéns.

E quanta saudade também da Dona Pascoalina Teixeira, bondosa esposa do primo José “Luta” Teixeira, lá de Muzambinho-MG.

Saudade, está aí algo que venho muito cultuando e que anda me encucando como nunca.

Justo eu, um apaixonado pelo ontem, em tudo, ando morrendo de saudades de... mim, principalmente dos anos 60.

Completando 50 anos de microfone, tenho me apegado demais ultimamente a fatos, fotos, momentos, muitas alegrias e poucas chateações.

As felicidades ganham dos malismos por 1007 a 1.

E me pergunto: como pôde ter dado tanto certo?

É e foi o velho Imponderável FC que resolveu virar um bom time.

“Quando você pensa que dali não vai dar nada de bom, não é que exatamente daquele lugar que sai o inimaginável”?

Invertendo a segunda parte da frase, de autoria de Mauro Aparecido Beting Contursi, pensador ítalo-árabe de Itaquera, passei a Sexta-Feira Santa “circunspecto”.

Li no celular tanta mensagem bonita, e com tantas informações bíblicas, que adquiri umas certezas de um católico de Terceira Divisão que nunca leu a Bíblia.

Aliás, de tudo, leio pouco.

Mas falo muito.

E, falando tanto há meio século, que obtive o direito de conversar com vocês por aqui e por quase todos os lados.

Quase, jamais todos.

Nem Jesus conseguiu, incrível.

Filho de Maria e José, Ele virou o Mestre a pregar até os seus 33 anos por aqueles cantos santos de Israel que conheci quase muito bem em 1985, 1989 e 1993.

Nada de anfiteatros, cinemas, clubes ou estádios, é claro.

Mas Ele pregava nos morros e ruas de Jerusalém, em sua Belém, Yafo, Cafarnaum, “A Cidade de Deus”, Jericó e etc.

Fran Augusti e Milton Neves no centro de Jericó

“Lotação” total, milhares iam vê-lo e ouvi-lo “com todas as TVs transmitindo ao vivo”!

Só que nunca conseguiu pregar em sua Nazaré, a cidade de seus pais.

Osmar Santos e eu em Nazaré, Israel, em 1985 com roupas típicas da terra de Maria e José. Daí Ele ser chamado de “ Jesus de Nazaré”. Nascido em Belém, como ocorre por lá até hoje, Jesus herdou o nome da cidade dos pais. Mas ele é o Jesus de Belém, de Nazaré e do mundo!

Mas tentou.

“Marcou” uma pregação na parte mais elevada da cidade, ficou à espera do povo ao lado de seus “companheiros de time” e não apareceu ninguém.

É que naquela santa região a pessoa é conhecida com a identificação da cidade dos seus pais e não do local do seu próprio nascimento.

Daí porque “Jesus de Nazaré” e não “Jesus de Belém”.

Em 1985, Samuel Ferro e Milton Neves junto ao Muro das Lamentações, em Jerusalém, ao lado de Belém

Mas os apóstolos, inconformados, foram ali do lado até Nazaré e fizeram uma rápida pesquisa: “Por que você não foi ouvir o Mestre?”, era a pergunta nas ruas e lojas.

Todos responderam: “Que `mané´ Mestre, o filho do José e da Maria, aqueles coitados pés de chinelo que mal viviam aqui? Esse sujeito não tem nada de Mestre”, respondiam ou responderam.

Os apóstolos ficaram chateados e nervosos, mas Ele os tranquilizou: “Ninguém é profeta em sua própria aldeia”.

Guardadas as devidas proporções, e bota proporção nisso, não será esse também o motivo, em nosso mundinho do esporte, de haver tanta ingratidão em relação aos mestres esportivos de ontem em nosso país?

Éder Jofre, um dos cinco maiores e melhores pugilistas do mundo, fez 82 anos nesta última semana e poucos sabem de quem se trata.

Pelé virou refém do nome “Sandra”, João do Pulo para o Brasil inteiro nunca pulou nem sete ondas, Guga é o “dono” da Aurora Alimentos, Senna mais um pouco vira retardatário de rodovia e de túnel e Mané Garrincha um “João” do futebol de antigamente.

Moçada, vamos reconhecer o valor “dos de ontem” sob pena do time do Tite ir à Rússia apenas atrás do que Feola e companhia conseguiram lá em 1958.

Ou seja, nosso primeiro Mundial.

Que hexa é esse se os “pregadores” da Suécia, Chile, México, Estados Unidos, Japão e Coréia do Sul são esnobados e esquecidos?

Sim, pelo menos no esporte e na saudade, que nossos “profetas esportivos preguem em suas aldeias”.

E viva Jesus, que nunca morreu, viva a Páscoa e que “Santo de Casa” venha um dia a fazer milagres em nosso Brasil, sim, senhores.

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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