Normalmente quando você está apaixonado quer sempre ver o seu grande amor, e é isso que tem acontecido comigo e esse time do Santos, dirigido por Sampaoli.

E não venham falar das goleadas para Ituano e Botafogo, do descuido da eliminação na Sul-Americana e na injusta eliminação no Paulistão. Em qualquer relação tem sempre algo que não funciona.

Mas na maior parte do tempo é tudo alegria, e a gente tem que aproveitar esses momentos.

Mesmo que seu amor não seja tão bonito, tão talentoso, tão prendado, mas que com você ele seja realmente especial. É assim que vejo o Santos jogar.

Esse é o Santos de Sampaoli.

Não tem grandes talentos, não tem um grupo de jogadores que seja melhor do que os rivais e tem carências em várias posições.

Mesmo com tudo isso, quando entra em campo, assim como você faz com o seu amor, tenta de tudo para agradar, nunca fica na defesa, nunca tem dor de cabeça.

É delicioso quando você vê um jogo desse time, porque sabe que dificilmente vai ser chato e mesmo que perca, é porque vai buscar a vitória sem medo e covardia.

Com todo respeito, sem o argentino, os criticados Alisson, Jean Motta e Derlis Gonzales, entre outros, hoje poderiam estar jogando em algum time de Série B.

Mas com a varinha mágica do argentino viraram protagonistas de um time simples nos nomes, mas respeitado pela ousadia.

E olha que mesmo nascido em Santos, mas apaixonado pela Portuguesa Santista, eu nunca fui torcedor do alvi-negro, mas mesmo assim sempre amei o futebol bem jogado.

Isso é futebol. É para ser jogado. Sem medo. Por isso nada melhor que os versos de Guilherme Arantes, imortalizados por Elis Regina: Vivendo e aprendendo a jogar/Nem sempre ganhando/Nem sempre perdendo/Mas aprendendo a jogar.

Que seus times continuem jogando Sampaoli, para que a gente volte a ter prazer em ver futebol.

SOBRE O COLUNISTA

Jornalista com passagens pela Rádio Jovem Pan, Sportv e Fox Sports é especialista em esportes olímpicos.

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