Complexo ocupará área de 2 milhões de metros quadrados, mais que o dobro de Interlagos. Imagem: Divulgação/Prefeitura do Rio de Janeiro

Complexo ocupará área de 2 milhões de metros quadrados, mais que o dobro de Interlagos. Imagem: Divulgação/Prefeitura do Rio de Janeiro

Em evento realizado nesta quinta-feira (6) na Cidade das Artes (Barra da Tijuca), no Rio de Janeiro, foi anunciado de forma oficial o projeto do Autódromo Parque de Guaratiba, na zona oeste da capital carioca, previsto para estar disponível em 2029, que visa se credenciar para sediar a Fórmula 1 em seis anos, ou seja, a partir de 2031. A nova praça do automobilismo brasileiro será a mais moderna do País.

E esta data tem uma explicação: Interlagos, atual sede brasileira da Fórmula 1, tem contrato até 2030, graças à extensão firmada em 2023.

De acordo com o prefeito Eduardo Paes, que esteve presente na apresentação, o dinheiro será todo proveniente da iniciativa privada, em um montante na casa de R$ 1,3 bilhão. A previsão para o início das obras é o primeiro trimestre de 2026, e a conclusão em dois anos.

"Esse é um projeto com recurso privado, que não tem dinheiro do imposto do carioca. É um trabalho de longo prazo, mas já está mais do que comprovado que grandes eventos, grandes equipamentos esportivos e tornar o Rio mais internacional é bom para a economia da cidade, é bom para quem mais precisa. Gera mais empregos. Temos visto isso em tudo de grande que acontece na cidade. Esse é o objetivo com esse autódromo. Agora o desafio é trazer de volta a Fórmula 1, a motovelocidade, a Fórmula Indy. É pensar em todas as alternativas que pudermos ter aqui no Rio", comentou o prefeito Eduardo Paes.

A PISTA E AS ACOMODAÇÕES

O traçado do Autódromo Parque de Guaratiba terá uma extensão aproximada de 4.700 metros de extensão (Interlagos tem 4.309 metros), e vai privilegiar médias altas de velocidade, com quatro retas (duas paralelas) e apenas dez curvas.

No comparativo, Interlagos tem duas retas principais (dos Boxes e a Oposta) e outra mais curta, a da Subida do Lago, e 15 curvas.

De acordo com o comunicado, o traçado estará em conformidade com as maiores exigências da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e FIM (Federação Internacional de Motociclismo), , ou seja, FIA Grau 1 e FIM Grau A, respectivamente.

O objetivo em termos de público é para que abrigue 120 mil espectadores (20 a mais que a atual capacidade de Interlagos). Mas aqui vale uma observação: Interlagos conseguiu chegar a estes 100 mil lugares por dia de evento graças a diversas áreas de hospitalidade, incluindo camarotes comercializados a preços muito altos. 

No comparativo com Interlagos, ainda há outro dado relevante. A área total do Autódromo Parque de Guaratiba é superior a dois milhões de metros quadrados, ante os 900 mil metros quadrados do Complexo de Interlagos, por isso, certamente há margem para uma ocupação de público ainda maior no novo autódromo carioca, bem como espaço para estacionamento, algo bastante restrito hoje em Interlagos.

KART

O Complexo de Guaratiba também contará com um traçado de kart. A pista terá seu próprio prédio de boxes, operando atividades e eventos, localizado próximo ao acesso principal do autódromo.

PROJETO CONCRETO

Diferente do que aconteceu em Deodoro, uma área militar cheia de problemas (incluindo bombas, granadas e minas abaixo da superfície), o projeto em Guaratiba tem contornos bem mais factíveis.

O pretenso Autódrom de Deodoro, idealizado para ficar pronto em 2012, foi até anunciado pelo então presidente Jair Bolsonaro (hoje detido em prisão domiciliar, condenado por tentativa de golpe, usando tornozeleira eletrônica), para sediar o GP do brasil em 2020, o que, obviamente, não aconteceu.

O projeto de Guaratiba foi criado pelos mesmos especialistas responsáveis pelo Circuito de Mandalika, na Indonésia, e o de Navarra, na Espanha. A Populous é a empresa responsável pelo desenvolvimento das instalações permanentes do complexo automobilístico de Guaratiba, que contará com ligação ao sistema de BRT (Bus Rapid Transit), que traduzindo signfica: Transporte Rápido de Ônibus, que já está implementado nos arredores da área e contará com uma estação exclusiva para atender o público em dias de evento.

O RIO DE JANEIRO JÁ FOI O PALCO DA FÓRMULA 1 NO BRASIL

O extinto Autódromo de Jacarepaguá, extinto em 2012 para dar lugar ao Parque Olímpico, foi sede do GP do Brasil de Fórmula 1 em dez edições: em 1978 e entre 1981 e 1989.

Em 1989, a então prefeita paulista Luiza Erundina (PT) alavancou uma parceria público-privada e comandou as obras de modernização do Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, viabilizando o retorno da categoria à capital paulista.

Desde então, Interlagos sempre recebeu a Fórmula 1, com uma única excessão: em 2021, pois a prova não foi realizada em razão da pandemia de covid-19. A partir de 2021 a etapa foi rebatizada para GP de São Paulo de Fórmula 1.

LANÇAMENTO DO PROJETO CARIOCA EM MEIO AO GP DE SÃO PAULO DE FÓRMULA 1

A Prefeitura do Rio de Janeiro parece ter escolhido a dedo ocasião para apresentação oficial do projeto, uma vez que neste final de semana acontece o GP de São Paulo de Fórmula 1, 21ª etapa do Mundial. Nos dois últimos anos a chuva prejudicou muito o espetáculo e grande parte do público teve sérias dificuldades de acesso em 2024, com filas gigantescas para acesso a dois dos mais importantes setores do autódromo: o A e o G.

Clique aqui e veja matéria especial do Portal Terceiro Tempo sobre as dificuldades enfrentadas pelo público em 2024 no Autódromo de Interlagos.

  

 

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