Funcionário do São Paulo durante 23 anos, além de outros sete onde atuou como jogador, Milton Cruz conhece como poucos os detalhes do clube do Morumbi.
Durante o período em que foi auxiliar-técnico e observador, além de indicar contratações e dirigir interinamente a equipe profissional, testemunhou alguns acontecimentos marcantes.
Um deles ocorreu em 2008: a famosa briga no CT envolvendo Carlos Alberto, Fábio Santos e Adriano. À época, o Imperador, já com o nome feito e gozando de prestígio com a diretoria, foi apontado como apaziguador de toda a situação.
Entretanto, nesta segunda-feira (20), em participação no programa Na Geral, da KISS FM 92,5 de São Paulo, o atual treinador revelou que Adriano motivou toda a confusão após se rebelar com uma situação protagonizada pelos companheiros.
“Ele chegou e já foi no quarto atrás do cara e aí começou tudo”. Na confusão Fábio Santos e Carlos Alberto foram afastados do elenco. O volante seria reintegrado. O meia não teve a mesma sorte.
Ouça a versão de Milton Cruz para a história no áudio abaixo:
O jogo para frente o tempo todo, a busca incessante pelo gol, o “amor pelo balón”, por ter a bola nos pés e envolver o adversário. E tudo mais que possa ser enaltecido no trabalho do argentino Jorge Sampaoli, de fato, vale a pena.
O treinador merece os elogios, afinal, transformou um elenco apenas razoável em semifinalista do campeonato estadual (onde merecia até chegar à decisão, não fosse o ônibus corintiano estacionado na frente do gol – faz parte do jogo), brigador e observado pelos rivais como um time difícil de se enfrentar. E de vencer também.
Mas, nem só de acertos vivem os grandes treinadores. Sampaoli erra, como já erraram Carlos Bianchi, Carlos Bilardo, Filpo Nuñez, Felipão, Tite, Guardiola ou Mourinho. O erro também faz parte do jogo. E não desqualifica o profissional.
Edgardo Bauza, outro argentino que passou pelo Brasil, quando dirigia o São Paulo (2016) me disse em uma entrevista que o papel do treinador era “organizar o time para minimizar os erros pois, no final, fatalmente vencerá o jogo aquela equipe que errar menos”. Aceito esse conceito.
No caso de Sampaoli, o que posso observar e discordar é a insistência completamente desnecessária num rodízio de atletas. Abrir mão do talento de Rodrygo ou da eficiência de Jean Mota (que só entrou no segundo tempo) em uma partida importante, clássico e que vale a liderança do campeonato, não me parece sensato.
O adversário amassou, é verdade, respaldado pelos acertos de seu treinador. Scolari ajustou o sistema de marcação e, na base do toque rápido e da velocidade pelas laterais, construiu uma vitória marcante sobre um adversário qualificado.
O pior é que não é a primeira vez que acontece. Sampaoli viu seu time ser goleado outras duas vezes no Paulistão (contra Botafogo e Ituano). Na partida de Ribeirão Preto usou uma equipe completamente reserva. Ou seja, Sampaoli corre riscos desnecessários, levando-se em consideração as observações do compatriota Bauza.
Se o elenco é apenas razoável, com boas peças titulares, mudar demais significa restringir o nível técnico do time e, consequentemente, torná-lo suscetível ao erro. Diante de adversários qualificados, como é o caso do Palmeiras, a tendência é sofrer e, por vezes, deixar o campo envergonhado.
O atacante perde espaço no Palmeiras e especulações sobre seu futuro começaram a pipocar. No Brasil Botafogo e Santos seriam opções.
Mas, na Colômbia, torcedores aguardam e os jornalistas trabalham com a possibilidade do artilheiro retornar à terra natal.
Neste contexto, de acordo com um jornalista consultado por mim, os únicos clubes que teriam condições de receber Miguel Borja seriam o Atlético Nacional ou o Junior Barranquilla.
O noticiário local já começa a informar sobre a insatisfação de Borja por não estar atuando no Brasil e a possibilidade de deixar o país. O volume de informações e especulções deve aumentar nos próximos dias.
Borja foi contratado pelo Verdão no início de 2017 por R$ 35 milhões, a contratação mais cara da história do clube. No ano anterior, pelo Atlético Nacional, de Medellin, conquistou a Taça Libertadores e o prêmio de Rei da América, concedido ao maior destaque do futebol no continente.
Pelo Palmeiras foi artilheiro do Paulistão e da Libertadores em 2018, quando anotou 20 gols na temporada. Perdeu espaço com a chegada de Felipão e, consequentemente, a titularidade ao final da fase de classificação do estadual. Aos 26 anos, vive seu pior momento desde que chegou ao Brasil.
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Chame como quiser: termômetro, referência, centro das atenções, dududependência. O nome não importa. O fato, constatado nesta quarta-feira, no Allianz Parque é o seguinte: o Palmeiras reflete em campo o brilho (ou a falta dele) do seu camisa sete.
Dudu justifica o status de principal jogador do time. O Verdão se ressente de suas boas jogadas, sua velocidade, seu dinamismo, seus dribles. Quando eles não estão o que se vê é o Palmeiras do Campeonato Paulista.
Até por isso, Dudu é cobrado na mesma medida. E por isso, até agora, ninguém entende por que o ídolo da torcida não deu as caras na disputa por pênaltis na semifinal contra o São Paulo.
Na partida contra o Junior, atuando centralizado, o torcedor viu (ou reviu) o Dudu de sempre; participativo, incisivo, contundente, criativo e decisivo. E agora se pergunta: "será que o Dudu voltou? Agora o time engrena".
Segundo Luiz Felipe Scolari, o atacante cresce de rendimento no segundo semestre. O técnico apontou o histórico recente do jogador para garantir que ele vai oferecer mais e brilhará novamente.
Seria um passo gigantesco para o Palmeiras voltar aos melhores dias. E quando falamos de melhores dias estamos falando de quatro meses atrás, quando o Verdão levantava o Brasileiro.
Existe luz neste túnel. Com um sistema defensivo consolidado e com as individualidades funcionando, o Verdão pode dar ao torcedor a resposta para algumas insatisfações.
Em tempo: torcedor é aquele que vibra, canta, grita, sorri, chora, se decepciona, fica p... da vida, mas está sempre junto. Quem apedreja é vândalo.
Era fim do mês de abril de 2014. O São Paulo comemorava o acerto com Allan Kardec, até então atleta do Palmeiras. Paulo Nobre, presidente do Verdão, concede entrevista criticando a postura do rival, que definiu como “antiética”.
A resposta do Tricolor veio 24 horas depois, na marcante entrevista coletiva do, então presidente, Carlos Miguel Aidar, que distribuiu cachos de banana na bancada. A alegação é de que seria uma “manifestação de apoio ao brasileiro Daniel Alves”, que dias antes sofrera com episódio de racismo na partida entre Villareal x Barcelona pelo Campeonato Espanhol.
Muita gente entendeu o gesto como uma provocação ao rival e não como apoio ao lateral do clube catalão. Aidar ainda pediu: “espero não ser mal interpretado”.
Naquela entrevista o ex-presidente do Tricolor chamou o mandatário do Palmeiras de “patético” e “juvenil” e ainda fez referência ao momento turbulento vivido pelo adversário: “Demonstra o atual tamanho da Sociedade Esportiva Palmeiras, que ano a ano se apequena com demonstrações dessa natureza”, sapecou.
O alviverde vinha de uma Série-B no ano anterior e teve que lutar até a última rodada do Brasileirão de 2014 para permanecer na primeira divisão. Foi, sim, um período de sofrimento para o clube, que estava em processo de reestruturação, e seus torcedores.
No dia da entrevista polêmica, Aidar tinha apenas duas semanas na presidência do São Paulo. Já colecionava atritos com Corinthians (por declarar que Itaquera era longe demais), Cruzeiro, que reclamou da ligação dele com a CBF (era um dos advogados da entidade) e, a partir daquele instante, Palmeiras.
Infelizmente, a gestão Aidar ficou marcada por polêmicas, pelo escândalo de corrupção e ele ficou no cargo somente até 13 de outubro de 2015. Renunciou após denúncias de desvio de dinheiro do clube e comissionamento em transações de jogadores.
Aidar não conquistou nenhum título no São Paulo. Aidar não conseguiu nem ver o rival, que estava se apequenando, vencer a Copa do Brasil daquele ano. Aidar sumiu. É espécie de persona non grata nas alamedas do Morumbi. Para muitas pessoas (me incluo nessa), tricolores ou não, Aidar é o pior presidente que o clube já teve.
O São Paulo não conquista absolutamente nada com seu time profissional desde a Sul-Americana de 2012. De lá pra cá o clube só faz assustar seu torcedor. Sofrimento nas edições 2016 e 2017 do Brasileirão. Em 2018 uma classificação para a fase preliminar da Libertadores que deveria ser comemorada. Mas o que fizeram? Tiraram o treinador por considerar que o time, que chegou a liderar o campeonato, perdeu rendimento.
Ora, só chegou a liderar porque o treinador era muito bom. O time limitado foi até longe demais. Enfim, a definição de “apequenar” cabe mais hoje ao São Paulo do que ao vizinho.
Neste mesmo período (14/18), o Palmeiras conquistou três títulos nacionais (Copa do Brasil 2015 e os Brasileiros de 2016 e 2018), foi finalista do Estadual em duas oportunidades, além de semifinalista de Copa do Brasil e Libertadores.
O São Paulo não passou nem perto, de nada. O último vexame foi a eliminação contra o Talleres, de Córdoba, na fase preliminar da Libertadores.
Carlos Miguel Aidar, talvez, tenha até servido de inspiração para Zé Roberto e seu marcante discurso antes da partida de estreia do Verdão no Paulista de 2015, contra o Audax (vitória por 3 x 1), quando proferiu o já enraizado “bate no peito e diz: Palmeiras é grande”.
Como grande é também o São Paulo. Só falta seus administradores o tratarem com a grandeza que ele merece ou estarem à altura dela. Como dizia Paulo Nobre quando perguntado sobre as finanças do clube na sua gestão: "A roda gigante tem que girar". Nada como um dia após o outro, Aidar!
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