Qual o seu time?
Brasil. Sem nenhum tipo de ufanismo, com patriotismo e muito amor, é o que melhor representa e valoriza o povo brasileiro no exterior. Quem torce contra a Seleção Brasileira não sabe o que é ganhar um salário mínimo e pegar um trem lotado. Quem torce contra o Brasil não vê o quanto esse país é maravilhoso e não tem capacidade de enxergar as coisas boas que existem aqui. O fato de ter passado um tempo no Tocantins, pela Organização Jaime Câmara, me ajudou a ver uma realidade bem diferente do que temos em São Paulo. O Brasil é feito de garra e o tocantinense tem muito disso. Na minha opinião, quem torce contra o Brasil deveria ler "O Sonho Brasileiro" - que relata a vida de Rolim Adolfo Amaro - ou estudar um pouco da história dos grandes vencedores do nosso país.
Qual o jogo marcante?
Foram vários. Brasil e Iugoslávia, em 27 de março de 2002, marcou a minha entrada no jornalismo. Foi quando o Telmo Zanini me abriu as portas da imprensa e me deu a minha primeira credencial de trabalho, pela TV Globo-RJ. 12 de Octubre e Santos, em 25 de março de 2003, marcou meu primeiro trabalho internacional, pelo Terceiro Tempo, em um jogo realizado na Ciudad del Este, no Paraguai. No mesmo ano, em 25 de junho de 2003, acabei fazendo a final da Libertadores entre Boca Juniors e Santos, em Buenos Aires, pelo Terceiro Tempo. Foi quando fiz a minha primeira participação ao vivo fora do Brasil, pelo Plantão de Domingo da Jovem Pan, apresentado por Milton Neves. Foi incrível porque meus pais me ouviram no Brasil e quando cheguei me mostraram a fita, que tenho até hoje. Vieram, depois, muitos outros jogos pelo mundo, mas estar na África do Sul, na primeira partida do Brasil na Copa das Confederações, contra o Egito, acabou sendo um dos momentos mais especiais da minha carreira porque antes de subir no avião para Johannesburgo reencontrei o Telmo Zanini e ele me disse: "Chico, você está em todas". Foi muito emocionante para mim porque o Telmo foi o cara que deu a primeira oportunidade da minha carreira e estar num avião com ele foi como dizer: "Obrigado por tudo. Olha só no que resultou aquela credencial de 2002...".
Qual a sua seleção de todos os tempos?
Não posso falar dos atletas que não vi jogar. Sei que o Pelé é uma espécie de Milton Neves do rádio esportivo brasileiro. Por isso não o coloco na lista dos mortais: Marcos; Cafu, Aldair, Ricardo Rocha e Roberto Carlos; Alemão, Dunga, Pita e Zico; Ronaldo e Romário. Técnico: Telê Santana.
Qual a camisa mais bonita?
Minha mulher, Angela Zerbielli, diz que é a do Internacional de Porto Alegre. Meu irmão mais velho, Rogério Silva, diz que é do Vasco. Meu primo, Vinicius Freitas, do Atlético Goiâniense. Confesso, não entendo muito de moda.
Qual o melhor e o pior esporte?
Todos os esportes que não envolvem violência são bons. O esporte alimenta o espírito de disciplina e superação. O judô é um grande exemplo, mas o que mais gosto é o futebol. O que não suporto é o Vale-Tudo.
Em que rádio você ouve futebol?
Rádio Bandeirantes. O Silvério tem um contrato com uma clausura que o impossibilita de fazer tubos (jogos pela televisão). Isso é um exemplo de respeito ao ouvinte e ao anunciante.
A revista que você lê.
A Época e a Jalapa em Revista são bem objetivas, mas leio de tudo, até rótulo de vidro de maionese. Como me disse a editora Guta Nascimento, algum tempo atrás, "conhecimento nunca é demais".
Qual o melhor e o pior presidente da história do Brasil.
O melhor presidente é sempre aquele que virá porque temos que evoluir com o passar dos anos. O pior presidente é aquele que desiste. Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello decepcionaram os eleitores.
A personalidade marcante na sua vida.
Recentemente, li uma entrevista de um grande jornalista, com quem convivi muito e de maneira muito intensa. Ele disse algo mais ou menos assim: "quando você tem um ídolo, não se aproxime muito dele para não se decepcionar". É verdade, quando você se aproxima muito de um grande ídolo você se decepciona. E essa pode ser a maior decepção da sua vida. Você pode ficar muito triste. Ademais, conheci e entrevistei muitas personalidades em 7 anos de carreira. Sete anos não são 77, mas já é alguma coisa. Milton Neves, João Henrique Pugliesi, Rogério Silva, Pedro Basan e Telmo Zanini são exemplos de personalidades que marcaram positivamente minha vida. Jamais me convidaram para almoçar em suas casas. Aliás o Sr. Basan me chamou para comer uma bacalhoada em Lisboa e o Rogério Silva, que seja dita a verdade, me levou para a sua casa e me deu um belo prato de comida e uma par de roupa limpa quando voltei de um giro completo pela América do Sul com o cabelo grande e a barba por fazer. Mas, enfim, jamais disseram "Luxemburgo, não vá frustrar os garotos" e depois me decepcionaram como pessoas. Jamais.
Narrador esportivo de TV e de rádio.
Cresci ouvindo José Silvério e tive a oportunidade de trabalhar com o Everaldo Marques. Lembro do Everaldo quando ele ainda era repórter de Fórmula 1, imitando, entre as brincadeiras das redações, o timbre de voz do Silvério. Ficava perfeito. Dava para ver, naquela época, em 2002, que o Everaldo era um baita narrador e que tinha um futuro enorme pela frente. Fico muito feliz quando ligo a TV e o vejo na ESPN. Para mim, um exemplo de vencedor. Quem conhece a história do Everaldo acaba sendo um desses caras que torce pelo Brasil. O José Silvério, por sua vez, dispensa comentários e transmite uma partida com poesia e emoção.
Comentarista esportivo de TV e de rádio.
Telmo Zanini da SporTV e Fernando Sampaio da Jovem Pan;
Repórter esportivo de TV e de rádio.
O Pedro Bassan é um caso a parte. Ele fala "uns 30 idiomas", tem uma capacidade de síntese fora do comum e um texto poético, objetivo e informativo ao mesmo tempo. Gosto muito das suas matérias. No Rádio, apesar dele também estar na televisão, me chama a atenção, a competência e humildade do Leandro Quesada. Está fazendo história.
Apresentador esportivo de TV e de rádio.
Os números falam por si. O Milton Neves é, no mínimo, incrível, tanto na TV quanto no rádio.
Apresentador de auditório de TV.
Serginho Groisman.
Melhor ator e melhor atriz no Brasil.
Tony Ramos e Fernanda Torres.
Jornalista de TV.
Caco Barcellos. O conheci em 2000, quando trabalhava de madrugada no Aeroporto de Congonhas. Foi quem me apresentou a Globo em São Paulo. Tive a oportunidade de entrevistá-lo em um trabalho especial para o Bom Dia Tocantins, quando ainda era repórter da TV Anhanguera. Na minha opinião é o principal professor de telejornalismo da TV Brasileira. Torço para que um dia também possa atuar ao seu lado - tenho muito a aprender com ele -,mas fico feliz quando vejo a amiga Thais Itaqui no Profissão Repórter.
Quem melhor escreve sobre esporte no Brasil?
Marcos Rosendo.
Programa esportivo de TV.
Factuais: Terceiro Tempo, Arena e Redação SporTV; Produzidos: Esporte Espetacular e Esporte Fantástico.
O melhor e o pior cartola.
Nos últimos anos, Juvenal Juvêncio ganhou quase tudo que disputou. O pior é o Eurico Miranda.
O melhor e o pior técnico.
Telê Santana foi o melhor. Dunga tem sido um bom estagiário.
Francisco de Assis, 29 anos, é jornalista formado e especializado em reportagem pela TV Globo/Unicarioca. Atualmente é correspondente especial do Portal Terra, repórter do Terceiro Tempo e produtor da VTF. Trabalhou em alguns dos principais veículos de internet, rádio e televisão do Brasil, entre os quais se destacam as passagens pelo Terra, Terceiro Tempo, Jovem Pan, Rádio Araguaia e Núcleo Globo de Televisão através das afiliadas RBS TV (RS) e TV Anhanguera (TO). Como repórter assinou coberturas importantes para a Globo News durante o incêndio da reserva ecológica de Alvear (Argentina) e Globo Internacional com a série especial sobre o Jalapão. Esteve pelo Terra na Guerrilha Colombiana, no caos da Bolívia durante as eleições dos Estados Unidos, nos 35 anos do Golpe Militar de Salvador Allende no Chile, no Terremoto de L?Aquila na Itália, na Gripe Suína do México, além de anotar ainda os especiais com Alanis Morissette, Caetano Velloso, Maria Bethânia e Ivete Sangalo. Foi, ainda, enviado para a Tragédia de Santa Catarina, sendo o primeiro repórter a pisar no Alto do Baú e o único de toda a imprensa nacional a participar do vôo de reconhecimento dos danos causados pela enchente ao lado do Governador de Santa Catarina Luiz Henrique da Silveira. Está com Milton Neves desde 2002 e seu último trabalho internacional pelo Terceiro Tempo foi realizado na Copa das Confederações da África do Sul.