Logicamente é com muita tristeza que redijo meu primeiro comentário de 2024, neste portal esportivo, com o foco voltado para a perda de Mário Jorge Lobo Zagallo, ocorrida dia 5/01/2024. no Rio de Janeiro.

 

Zagallo não foi a maior expressão técnica de nosso futebol, mas foi com certeza a maior contribuição dada por um esportista ao somatório das grandes conquistas brasileiras de todos os tempos.

 

Duas vezes campeão mundial de futebol, vestindo a camisa da seleção brasileira como jogador (1958 e 1962), outras duas como treinador e integrante da comissão técnica da seleção canarinho (1970 e 1994), Zagallo foi o esportista mundial com o maior número de conquistas futebolísticas inter-seleções.

 

Nasceu em Atalaia, estado de Alagoas, e foi morar no Rio de Janeiro, ainda menino, onde ingressou nas categorias de base do América, seu time do coração, depois de descobrir sua aptidão para o esporte, na escola e no futebol amador.

 

Em 1950, Zagallo ingressou nos juniores do Flamengo e já no ano seguinte assinou contrato profissional com o rubro-negro da Gávea, clube em que se tornou tricampeão carioca (53, 54 e 55).

 

Depois de ingressar no Botafogo, após retornar campeão da Copa de 58, na Suécia, o ponta esquerda atuou em todas as grandes equipes do Rio de Janeiro, além de ter trabalhado no exterior, conquistando na exitosa carreira futebolística um número invejável de medalhas e troféus.  

 

Muito apegado ao lar, Zagallo sempre se ateve aos interesses familiares nos momentos de decidir acerca de convites recebidos para jogar em clubes de fora do Rio de Janeiro, abrindo mão de vantagens financeiras em prol da estabilidade da família.

 

Por esta razão, quando retornou da Suécia,  campeão do mundo,  optou por aceitar um contrato de menor valor para jogar no Botafogo do que outro de valor superior oferecido pelo Palmeiras.

O motivo dessa opção foi singelo, mas essencialmente nobre: o craque Zagallo quis preservar a esposa, professora no Rio de Janeiro, dos transtornos profissionais que seriam causados a ela caso tivesse que ser transferida do Magistério carioca para o paulista.

 

Esta é a síntese limitada, em forma de tributo,  da história de Mário Jorge Lobo Zagallo, uma das estrelas mais fulgurantes do nosso futebol, que parte para o outro plano, deixando a seus compatriotas e ao mundo lições de vida pessoal e profissional que merecem ser aprendidas e colocadas em prática à guisa de sucesso absoluto na vida terrena.