Tabelinha futebol e samba faz parte da nossa identidade, sinônimo de brasilidade

Tabelinha futebol e samba faz parte da nossa identidade, sinônimo de brasilidade

Com todo o respeito a tabela periódica (para que serve o maldito número atômico do Hidrogênio?) e ao lixo que é a tabela do Brasileirão formulada pela incompetente CBF, há três tabelinhas muito mais importantes, divertidas e que estão no imaginário do povão. São elas:

1) A tabelinha que permite a prática do esporte mais prazeroso de todos e, se a mina for regular (não confundir com regulada), evita a gravidez. Hum, essa sim é a tabelinha que a rapaziada deve ter na ponta da língua e a mulherada saber de cabeça...

2) A tabelinha naipe Pelé-Coutinho (tabelinha essa que foi aperfeiçoada por Fabinho e Tupãzinho em 16 de dezembro de 1990), que deixa a defesa adversária com a perna mais bamba que a patroa adepta da tabelinha número um...

3) A tabelinha futebol e samba, que faz parte da nossa identidade, sinônimo de brasilidade.

Não acompanha batata nem refrigerante, mas vamos hoje de número 3:

 

Lady Lu é torcedora-símolo da Portuguesa: arrebita, arrebita, arrebita...

Ontem, terça à noite, enquanto a Lusa (time dos meus saudosos e trasmontanos avós Damião e Adélia, rubro-verdes e portistas, do saudoso padrinho Zé Luis, benfiquista da Madeira, e do também saudoso primo Alexandre, piritubano e apenas verde-encarnado) arrancava um 0 a 0 com o ABC, em Natal, resultado que manteve a equipe de coração da vivíssima e carocíssima Lady Lu na armagedônica vice-lanterna da Série Baba, participei da minha primeira reunião na Leandro de Itaquera após aceitar o surpreendente convite do presidente, seu Leandro, e da sua diretoria para colaborar como assessor de imprensa da Vermelho e Branco da minha ZL.

Pelé, mestre de bateria, o intérprete Juninho Branco, Vitor Guedes e o presidente Leandro Martins: Vermelho e Branco já em ritmo de Carnaval 2015

Em 2014, animado com o enredo, que falava de Itaquera e da Copa do Mundo, debutei na Leão Guerreiro. Foi uma hora de granizo na cabeça (que estreia do meu Basílio, aos 5 anos, no Anhembi), temporal que prejudicou a escola e culminou com a queda. Mas que marcou a gente que gosta da massa, do chão, do povo e sabe que na zona leste vermelho e branco é raiz. E o tema do Carnaval 2015, Invencível Mandela, é ainda mais especial.

 

Com Zé Maria, o Super Zé da Fiel, na concentração para o desfile 2014 da Leandro de Itaquera: granizo atrapalhou a evolução do Leão Guerreiro da ZL

Lays Guedes, Mathias e Andre Adorno; em baixo, Vitor Guedes com Arthur Adorno e Basílio Guedes: estreia das crianças no Anhembi pela Leandro de Itaquera

Sabe como é, Vitão aqui é ZL, sem fronhice, mas foi duro segurar a emoção em 11 de julho de 2010 quando Nelson Mandela, já com a saúde debilitada, ingressou empurrado em uma cadeira de rodas o gramado do estádio Soccer City, antes de Espanha 1 x 0 Holanda. Como jornalista esportivo que estava realizando o sonho profissional, testemunhar minha primeira final de Copa já era motivo para se emocionar, mas, na base do aqui é Curintchá, mano, segurei a barra. Aí veio o delicioso waka-waka da Shakira (enquanto muita gente queria ser o Messi ou Neymar, preferia ser o Piqué _no pós-Ibrahimovic, que fique claro!), me animei, mas mantive a postura ereta na festa de encerramento... Agora, quando Mandela entrou e o estádio veio abaixo, com os sul-africanos aos prantos e gritos de “Madiba, Madiba, Madiba”, não aguentei. O magnetismo de um dos maiores gênios do século 20 é algo absolutamente indescritível. Tão imensurável como a estupidez que é o racismo!

Mandela é tão especial que me animei e fiz até uma letra (falta a melodia) para disputar as eliminatórias do samba-enredo. A letra foi aprovada pelo grande baluarte Paulo Valentim (embaixador do samba, cidadão-samba, presidente da Velha Guarda do Vai-Vai, são-paulino e grande amigo), o que já é uma vitória... A primeira eliminatória já tem data: sabadão, 6 de setembro, véspera do feriado da Independência, às 22h, no Elite Itaquerense. A grande atração será a presença da tricampeã do Carnaval paulistano, a coirmã Mocidade Alegre. O samba do Limão na nossa ZL. Homem pagará dezão e mulher entrará na faixa...

As eliminatórias do samba-enredo prosseguirão nos domingos posteriores (14, 21 e 28 de setembro), e a final será sábado, véspera da eleição, 4 de outubro. Já com o samba definido, em 15 de novembro, feriado da Proclamação da República, a Vermelho e Branco apresentará os seus pilotos.

Pela força e importância do enredo, a Leandro estende o tapete vermelho e branco para toda a comunidade negra e convida quem “tem a cor da noite, filho de todo açoite, fato real de nossa história” para participar do Carnaval 2015. Não só os negros. O bom do samba é que corinthianos, palmeirenses, santistas, são-paulinos e lusos podem confraternizar juntos, sem divisão estúpida nem apartheid na arquibancada. Em Itaquera, todo o mundo é elite, é vip! Sejamos brancos ou pretos, todos nós temos o sangue vermelho. Você, que é da nossa raça, que é única, a raça humana, será bem-vindo à ZL!

Viva Madiba!

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na web!


Twitter: @vitao_guedes
E-mail: blog.vitao@gmail.com

Fotos: Arquivo pessoal Vitor Guedes / Lady Lu (Divulgação)

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