Se os aficionados do futebol mundial soubessem que o atual campeão da América, o Fluminense, segura a lanterna do campeonato brasileiro há várias rodadas, imaginariam que o futebol deste país se agigantou de tal forma a ponto de se dar a este luxo.
Veriam, entretanto, que tudo não teria passado de ledo engano, assim que tivessem conhecimento de que os clubes que estão na parte alta da tabela de classificação são tão medíocres que chegam ao ponto de levar a pior contra co-irmãos de menor expressão, como o Flamengo e o Palmeiras que perderam nesta última rodada para o Juventude e o Fortaleza, clubes que jamais conquistaram um título do Brasileirão.
Antes de arriscar qualquer prognóstico neste Brasileirão, tanto acerca do futuro campeão quanto daquelas agremiações que irão garantir vaga para a Libertadores do ano que vem, é preciso olhar a equivalência das equipes concorrentes, ora nivelada por baixo.
Se alguém quiser dizer que Flamengo e Palmeiras estão um pouco acima das demais equipes de porte, até pode, mas levando em conta tão somente o fato de possuírem elencos mais qualificados e não em função do padrão de jogo que ora vêm apresentando nos jogos do campeonato.
Dou margem a essa colocação, querendo dizer com isso que até o presente momento não existe motivo para euforia nem para desespero de torcedores, esteja o clube de seu coração na posição privilegiada ou constrangedora em que estiver.
Entre as torcidas que vêm sofrendo em razão da péssima colocação de seus clubes na classificação do certame brasileiro, estão a do Grêmio e a do Fluminense, justamente dois contendores que em breve estarão disputando vaga para as quartas de final da Copa Libertadores.
Quer me parecer que a torcida gremista tem mais razões do que a do Fluminense para acreditar na recuperação de seu time, no sentido de deixar o desconfortável Z4 e brigar na parte de cima por uma classificação mais honrosa no final no campeonato brasielro.
Não pelo fato de o Grêmio estar na vice-lanterna, uma posição acima do tricolor carioca na Zona de Rebaixamento, mas porque o time gaúcho possui dois jogos a menos do que os demais candidatos à "degola", além do que tende a melhor seu rendimento a partir de sua volta ao Rio Grande do Sul e do retorno de seus principais jogadores, fora do time por motivo de lesão e de estarem servindo as seleções de seus países na Copa América.
Parece pouco contar com esses jogos a menos visando à saída dessa situação ameaçadora, mas veremos que isso representa muito se atentarmos para o fato de que, ganhando 3 pontos desses 6 que tem a disputar, o Grêmio ocuparia hoje a primeira posição fora do Z4, ora ocupada pelo Vasco da Gama.
É claro que a torcida do Internacional tem mais é que aproveitar a situação ruim do Grêmio e tocar flauta nos torcedores rivais; afinal quando o assunto é rivalidade Gre-Nal as situações vantajosas têm que ser aproveitadas ao máximo pela galera do lado que vive melhor momento.
Contudo, essa flauta precisa ser tocada com comedimento, pois os torcedores do Inter não devem esquecer que, não obstante a má colocação do Grêmio no campeonato, a temporada de 2024 tem mais a oferecer aos gremistas do que aos colorados pelas razões a seguir mencionadas.
Afinal, neste ano, o time de Renato Portaluppi já ergueu a taça do Gauchão, tem pela frente para chegar às quartas de final da Libertadores o Fluminense em crise, e para passar à próxima etapa da Copa do Brasil uma vitória simples contra o Operário de Ponta Grossa, em casa.
Enquanto isso, o Internacional está na repescagem das oitavas de final da Copa Sul-Americana e precisa disputar dois jogos difíceis contra o Juventude de Roger Machado para passar à próxima fase da Copa do Brasil, time que aliás já o desbancou na semifinal do campeonato gaúcho desta temporada.
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