Hernán Crespo, um dos grandes responsáveis pelo título paulista. Foto: Rubens Chiri/SPFC

Hernán Crespo, um dos grandes responsáveis pelo título paulista. Foto: Rubens Chiri/SPFC

“Sommelier de título”. Este irreverente termo foi criado por alguns internautas são-paulinos nos últimos dias nas redes sociais. O motivo? Acontece que alguns rivais acharam exageradas as comemorações dos tricolores por causa do título paulista, publicando provocações do tipo “nossa, os caras ganharam um paulistinha e, pela reação, parece até que conquistaram uma Copa do Mundo”. 

Eu, honestamente, concordo em partes com a tese invejosa dos rivais. O título paulista realmente se tornou inexpressivo nos últimos anos. Tanto é que o Palmeiras fez muito bem ao não dar bola em um primeiro momento ao campeonato (por mais que tenha jogado para valer a partir das quartas de final). 

Mas, afinal, como podemos mensurar a grandeza de uma conquista? Apenas pelo valor da taça em disputa? Para mim, não. Temos que levar em consideração também diversos outros fatores, como a forma que o título foi conquistado. 

Por exemplo, muitos corintianos garantem que o título mais importante da história do clube não foi o Mundial de 2012 (não cito o de 2000, que para mim também foi Mundial, porque tal assunto renderia outra coluna). E o que leva os alvinegros a pensarem assim? É claro que todo o drama vivido pelo Timão durante os 23 anos de fila, a dura final contra o ótimo time da Ponte Preta, etc. 

Obviamente nenhum são-paulino será louco de dizer que o título paulista conquistado no último domingo foi o maior da história tricolor. Mas a conquista foi, sim, uma das mais marcantes por causa do jejum de títulos vivido pela equipe do Morumbi nos últimos anos e, principalmente, pela qualidade do rival na decisão. 

Me permitam usar como exemplo o Corinthians novamente. O Timão venceu nos últimos tempos o Estadual três vezes seguidas: contra a Ponte Preta (17), contra o Palmeiras (18) e contra o São Paulo (19). Peçam para os alvinegros detalhes das conquistas diante da Macaca ou do Tricolor - ainda hoje acostumadíssimo a perder em Itaquera. Poucos vão lembrar. 

Mas da final de 2018, contra o Palmeiras - que tinha um time muito melhor que o do Corinthians -, no Allianz Parque, nos pênaltis, o corintiano tem cada detalhe gravado em sua mente. Mais até do que da campanha vitoriosa no Brasileirão do ano anterior. 

Por isso que eu acho completamente possível concordar que o Paulista segue sendo Paulistinha e, ao mesmo tempo, afirmar que o Tricolor saiu da fila com o título do último domingo. A sensação de renascimento de uma equipe adormecida há anos e a qualidade do rival da decisão fizeram desta uma das grandes e inesquecíveis conquistas da história do glorioso São Paulo Futebol Clube. 

 

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