Na prática, significa que os dois dos times com menores cotas da Série A driblaram a disparidade das cotas de televisão

Na prática, significa que os dois dos times com menores cotas da Série A driblaram a disparidade das cotas de televisão

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

Um levantamento feito pelo site Por cotas de TV Justas colocou Guto Ferreira no centro do último Campeonato Brasileiro: como fazer muito com pouco dinheiro? O treinador tem a receita.

Chapecoense e Ponte Preta, nesta ordem, são os clubes cujos pontos conquistados custaram menos na Série A 2015. Cada ponto da Ponte custou 352 mil e cada ponto da Chape custou 446 mil. Sabe quanto custou cada ponto do Flamengo? R$ 2,24 milhões.

Na prática, significa que os dois dos times com menores cotas da Série A driblaram a disparidade das cotas de televisão e atingiram seus objetivos na competição. Guto, em 13 rodadas pela Chapecoense e 16 pela Ponte Preta, deu sua contribuição.

"Foi uma coisa bem legal isso", explica Guto Ferreira ao UOL Esporte. "Tem todo o trabalho diretivo, mas também um trabalho de campo qualificado e colocando isso em movimento para chegar a esse nível. Minha pontuação foi bem interessante", conta a respeito dos 36 pontos que conquistou, por dois clubes diferentes, em 29 rodadas.

O aproveitamento do treinador é de 41%, longe do último Brasileirão. Mas, para as equipes com menor cota de televisão, representa segurança de permanência na Série A. Abaixo, Guto dá a receita para o sucesso com pouca grana.

SEM DINHEIRO É DIFÍCIL

Quem trabalha com pouco dinheiro não pode errar. Não há um trabalho preventivo. Na Ponte preta, a saída do Cajá só foi reposta na sequência. Você não podia contratar outro porque não cabia no orçamento esse salário. Não tem como fazer a adaptação do jogador que chega com o campeonato seguindo. Saiu um cara com um salário xis e o que entra não vai ter o mesmo nível porque você precisa trazer um com salário mais baixo com exigência do rendimento imediato.

SEM REFORÇO É MAIS AINDA

Na Chapecoense, usamos a Copa Sul-Americana para conhecimento do grupo. Com quatro rodadas, tivemos ideia do que tínhamos em mãos e tivemos a felicidade e a percepção de encontrar um modelo de jogo que encaixasse e que se efetivou com vitória maiúscula sobre o Palmeiras. Mudamos de três volantes para dois, com mais jogadores de organização. Isso deu um nível de confiança da equipe que vinha de um primeiro turno qualificado.

Obs.: Guto assumiu a Chapecoense a 13 rodadas do fim.

EM TIME GRANDE É MOLEZA

Geralmente o time grande tem uma base forte, com três ou quatro opções por posição. A exigência é maior? Isso eu não concordo. Se você põe todo mundo em condição de jogo, acabou. Quem sente pressão é porque não é do ramo. Mas, quando os grandes relaxam, a gente papa (risos). Quando estão em alta e jogam no seu melhor, por mais que a gente tente, é difícil.

EM 2016, GUTO CONTINUA COM POUCA GRANA

Não recebi convites oficiais. Tudo que aconteceu até agora foi só sondagem. Ninguém chegou com proposta. Quem chegou foi a Chapecoense e dois clubes de grande gabarito, mas da segunda divisão. E eu não desprezo, não, mas a Chape em relação aos dois clubes, faz com que nesse momento eu dê prioridade. Meu projeto é no momento é na primeira divisão.

Obs.: Foi especulado em Cruzeiro, São Paulo e Fluminense.

A CHAPECOENSE JÁ CONTRATOU SETE

Vamos buscar resultados expressivos no primeiro semestre, por isso a gente vem buscando a manutenção da base da equipe, O goleiro Danilo continua, os três principais zagueiros, tentamos renovar com Apodi e Dener, o Gil e o Cléber Santana continuam, o Camilo foi sondado mas tem contrato até o fim de 2016, o Maranhão, o Bruno Rangel e o Ananias renovaram.

Obs.: Gimenez (lateral direito ex-Goiás), João Lucas (lateral ex-Paysandu), Josimar (volante ex-Ponte Preta), Moisés (volante ex-Avispa-JAP), Martín Alaniz (atacante ex-River Plate), Kempes e Silvinho (atacantes ex-Joinville).

Foto: UOL

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