Jeremias Werneck e Leandro Miranda
Do UOL, em Buenos Aires (ARG)
Quando saiu a escalação do Grêmio para o duelo contra o River Plate nesta terça-feira (23), pela semifinal da Libertadores, a surpresa na imprensa argentina foi generalizada: como joga Michel? Depois de cinco meses afastado dos gramados por uma lesão, o volante ganhou a confiança de Renato Gaúcho para a partida no Monumental de Núñez e seguiu à risca o plano do treinador, sendo fundamental tanto para dar força defensiva quanto para acrescentar altura nas bolas paradas. Foi dele, de cabeça, o gol da vitória tricolor por 1 a 0.
As ausências de Luan e Everton por lesão tornaram o Grêmio naturalmente um time mais cauteloso e "catimbeiro", disposto a gastar tempo e jogar por uma bola na casa do River. O time argentino controlou a posse e a maioria das ações, mas pouco ameaçou a retaguarda tricolor. Muito por causa do trabalho de Michel, que jogou como primeiro volante no 4-1-4-1, protegendo a zona entre as linhas de marcação contra as infiltrações de Quintero e Scocco.
As características ofensivas de Michel também foram determinantes. Com ele em campo, o Grêmio ficou com cinco armas potentes na bola parada: além do camisa 5, havia Geromel, Kannemann, Cícero e Jael. Até que, em um dos escanteios conseguidos pelo time gaúcho, o River não conseguiu marcar todos eles. Aos 16 minutos do segundo tempo, Michel antecipou a marcação na primeira trave e desviou de cabeça para o fundo da rede.
A vibração efusiva na comemoração não foi apenas por abrir o placar em uma semifinal de Libertadores no Monumental. Michel também celebrava a volta aos gramados após três lesões seguidas que o deixaram quase meio ano fora de combate. Ele havia retornado no último final de semana, quando jogou 90 minutos contra o América-MG, e sua atuação foi suficiente para convencer Renato de que o jogador estava pronto para encarar o River.
A partida mostrou que o treinador estava certo. Em um jogo no qual o Grêmio teve pouco a bola e também esteve sem duas de suas principais peças ofensivas para ligar contra-ataques, a presença de Michel para encorpar o meio-campo foi fundamental. O Tricolor marcou forte, soube "picar" o jogo e valorizou cada falta recebida, irritando o rival e a torcida adversária.
Contratado do Novorizontino em 2017, Michel chegou sem pompa, por empréstimo no início do ano, mas em setembro o Grêmio já havia aprovado o atleta e pagou cerca de R$ 1,2 milhão para tê-lo em definitivo três meses antes do previsto. Nesta terça, em Buenos Aires, o volante deu mais uma mostra de que o negócio foi mesmo uma pechincha para o Tricolor.
Foto: AP Photo/Natacha Pisarenko (via UOL)
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