O ex-piloto havia passado por um transplante de pulmão em 2018. Foto: Divulgação

O ex-piloto havia passado por um transplante de pulmão em 2018. Foto: Divulgação

Há exatamente três anos morria o tricampeão mundial de Fórmula 1 Niki Lauda.
 
Ele estava com 70 anos, internado em uma clínica na Suíça com problemas renais, causa de seu óbito.
 
A saúde do ex-piloto, um dos mais talentosos de todos os tempos, estava debilitada desde agosto de 2018, quando passou por um transplante de pulmão.
 
Ele se recuperou do procedimento, mas em janeiro de 2019 voltou a ser hospitalizado por conta de uma forte gripe, não retomando suas atividades profissionais na Mercedes na F1, onde ocupava o cargo de diretor. Nas semana que antecederam sua morte ele fazia sessões de diálise para tratar da deficiência renal.
 
OPINIÃO DE CLAUDIO CARSUGHI SOBRE NIKI LAUDA

Para o jornalista Claudio Carsughi, o ponto diferencial de Lauda em relação aos seus oponentes foi a `tática de corrida, que lhe valeu o apelido de computador´, sabendo o que era necessário para que somasse pontos para vencer um campeonato.

"A característica que mais marcou sua carreira e lhe valeu o apelido de “computador” foi a tática de corrida, o saber em todo momento o que era melhor fazer, se atacar no limite do carro ou resguardá-lo para chegar até a bandeirada. Sempre tendo em mente a disputa do Mundial, e os pontos necessários para vencê-lo", pondera Carsughi, que exemplificou esta virtude do austríaco na conquista de seu terceiro título na F1, em 1984, derrotando seu companheiro de equipe na McLaren, o francês Alain Prost.

Niki Lauda com a McLaren-Porsche em 1984, ano em que conquistou seu terceiro título mundial na F1. Foto: Divulgação

 

UM POUCO SOBRE NIKI LAUDA 
 
Natural da cidade de Viena, nascido no dia 22 de fevereiro de 1949, Andreas Nikolaus Lauda teve sua carreira do piloto quase encerrada após o gravíssimo acidente sofrido no Grande Prêmio da Alemanha de 1976, em Nurburgring. Clique aqui e veja a págia de Niki Lauda na seção "Que Fim Levou?".
 
A Ferrari de Lauda incendiou-se e ele ficou preso às ferragens por vários minutos. Com queimaduras de primeiro grau, chegou a receber a extrema-unção de um padre no hospital. Segundo o próprio Lauda, ele ouvia tudo o que falavam ao seu redor durante os primeiros dias de internação, quando todos pensavam que ele estivesse inconsciente.
 
As sequelas foram profundas em seu rosto, que ficou desfigurado, mesmo após diversas cirurgias plásticas. Sua orelha direita foi praticamente toda consumida pelo fogo e parcialmente reconstituída. 
 
A história daquela corrida, da temporada de 1976 e detalhes da vida de Niki Lauda e James Hunt (que acabou sendo o campeão naquele ano), acabou eternizada em película, com o filme "Rush, no Limite da Emoção", dirigido por Ron Howard, em 2013.
 
ABAIXO, TRAILER OFICIAL DE "RUSH, NO LIMITE DA EMOÇÃO", DE 2013

 
Lauda já havia conquistado o título de campeão mundial de pilotos de F1 pela mesma Ferrari em 1975, e voltou a ganhar pelo time italiano em 1977.
 
Em seguida, transferiu-se para a Brabham, onde competiu nas temporadas de 1978 e 1979, tendo como companheiro de equipe o brasileiro Nelson Piquet, de quem se tornou um grande amigo. Abandonou o automobilismo para cuidar exclusivamente de sua empresa aérea, a Lauda Air, não competindo nas temporadas de 1980 e 1981.
 

Nelson Piquet e Niki Lauda, grandes amigos. Na imagem, de 2002, em Interlagos, um dos muitos reencontros dos dois, que foram companheiros de equipe na Brabham em 1978 e 1979. Foto: Divulgação

 
Como os negócios não trouxeram o retorno esperado, Lauda regressou à F1 em 1982, pela McLaren, e após duas discretas temporadas, voltou a ser campeão, em 1984, com a McLaren-Porsche.
 
Abandonou definitivamente as pistas em 1985, ano em que conquistou sua última vitória na F1, no GP da Holanda, disputado em Zandvoort, com McLaren Porsche. Ao seu lado, no pódio, Alain Prost (McLaren-Porsche) e Ayrton Senna (Lotus-Renault), segundo e terceiro colocados, respectivamente
 
No total, venceu 25 GPs, sendo 15 pela Ferrari, dois pela Brabham e oito pela McLaren. O austríaco largou na pole em 24 corridas.
 
Niki Lauda foi casado com Marlene Krus entre 1976 e 1991, com quem teve dois filhos: Mathias e Lukas. Também teve um outro filho, Cristoph, fruto de uma relacão extraconuugal.
 
Em 2008 casou-se com Birgit Wetzinger, uma comissária de bordo que trabalhava em sua empresa aérea. Com Birgit, 30 anos mais nova que ele, teve mais dois filhos, o casal de gêmeos Max e Mia.
 
Birgit, aliás, doou um rim para Niki Lauda, em um transplante feito pelo austríaco em 2005.

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