Outra questão que me chamou a atenção foi a dificuldade de alguns técnicos em coordenar a qualidade do trabalho

Outra questão que me chamou a atenção foi a dificuldade de alguns técnicos em coordenar a qualidade do trabalho

Semana entre Natal e Ano Novo é a mais propícia para retrospectivas. Olhar para trás e comemorar os feitos e tirar lições do que não funcionou. Isso se aplica a nossa vida, mas também ao jogo. E no futebol brasileiro tivemos importantes mudanças, avanços e consolidações de conceitos e ideias dentro e fora de campo.
 
O primeiro ponto que destaco é tático: a semelhança dos dois vencedores das competições da Conmebol não é apenas a nacionalidade. Tanto o Palmeiras, campeão da Libertadores, como o Athlético-PR, campeão da Sulamericana, se defendiam com uma última linha de cinco jogadores. Esse detalhe não é pequeno e indica uma maneira diferente não só de se defender, mas também de atacar e de executar as transições. E por mais que outras equipes na história do futebol brasileiro já tenham atuado com os tais três zagueiros, a dinâmica do jogo atual pedirá novas respostas para neutralizar e furar esse paredão defensivo. 
 
Outra questão que me chamou a atenção foi a dificuldade de alguns técnicos em coordenar a qualidade do trabalho com uma comunicação assertiva. De um lado, por exemplo: Renato Gaúcho. Não havia dúvidas que ele era o nome ideal para assumir o Flamengo no meio do ano. Sua imagem e oratória eram perfeitas para o que o clube precisava naquele momento. Porém faltou uma base tática mais sólida para sustentar o discurso. Vemos do outro lado, Sylvinho do Corinthians. Um trabalho de campo muito bom, elogiado pelos próprios jogadores, mas que por alguns ruídos na comunicação ainda não convence boa parte da torcida. Esse ponto para mim é extremamente relevante já que o emparelhamento do binômio "trabalho-comunicação" é o que fez com que os técnicos que foram vitoriosos recentemente no Brasil como Cuca, Abel Ferreira e até Jorge Jesus, conseguissem passar ilesos pelas naturais inconstâncias do transcorrer da jornada.
 
E por fim esse 2021 ajudou a enterrar mais um pouquinho a falsa mística "camisa ganha jogo". Ganha coisa nenhuma! Tradição sem gestão profissional, sem visão inteligente de formatação de elenco e sem equilíbrio financeiro, não vale de nada. Não à toa teremos uma Serie B em 2022 com tantos "grandes" clubes.

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