A rigor, a 30ª rodada do Brasileirão teve só um jogo cujo resultado pode ser chamado de tropeço de um dos contendores. Foi o empate em 1 a 1 entre Botafogo, líder do campeonato, e Criciúma, ocupando posição pouco privilegiada na tabela, ainda com risco de rebaixamento, além do que o alvinegro carioca atuou em casa, com a obrigação de ir além de um empate nesse compromisso.

Esse resultado não positivo deixa o Botafogo no fio da navalha na posição de liderança que ocupa, pois o Palmeiras tem condição de bater o Juventude amanhã, em Caxias do Sul, ficando a 1 ponto do líder, embora se trate de um jogo difícil, em que o fator local poderá prevalecer em relação ao melhor condicionamento técnico, que pertence ao alviverde paulista.  

E o Gre-Nal ? Ah, o Gre-Nal ! Venceu quem tinha que vencer e perdeu quem mereceu perder. Quando o Grêmio entrou em campo com Edenilson de titular absoluto e Soteldo no banco, Renato Portaluppi escancarou seu complexo de inferioridade, demonstrando claramente sua intenção de  deixar o Beira Rio levando um empate com sabor de vitória.

Apostou no apetite do ex-meio campista colorado contra seu antigo clube, esquecendo que o Edenilson que hoje veste a camisa do Grêmio, com idade um tanto avançada, não é nem sombra daquele craque do passado, que tantas vezes ajudou o Inter a ganhar Grenais, chegando a vestir a camisa da seleção brasileira. 

O novo erro de escalação do Grêmio, algo que já se tornou lugar comum nas hostes tricolores, acarretou no desperdício de todo o primeiro tempo e parte significativa da etapa complementar. 

Quando Renato acordou, fazendo as trocas de jogadores devidas, com a colocação em campo de  Monsalve , Soteldo e Diego Costa, o tempo já estava escasso para o Grêmio realizar algo de positivo ofensivamente e, além disso, levou o gol de Borré, num arremesso defensável, mas que Marchesín, até então de boa atuação, aceitou com relativa facilidade.

Comprova o equívoco do técnico gremista na escalação inicial do time o fato de os três atacantes que entraram, por muito pouco, não terem decretado o empate no clássico, obrigando o goleiro Rochet a praticar grandes defesas, principalmente com Diego Costa, que fez nos poucos minutos em que esteve em campo bem mais do que aquilo que os outros atacantes fizeram na maior parte da partida.

Aliás, embora com algumas boas atuações vestindo a camisa do Grêmio, Braithwaite ganhou a titularidade num momento em que o bom Diego Costa readquiria sua forma física após um período de afastamento por lesão. Mas isso não mais se justifica, haja vista que o antigo centroavante gremista já está totalmente recuperado e provou ser mais objetivo do que o dinamarquês.

A torcida do Internacional, que nada tem a ver com os erros do arquirrival, está em lua-de-mel com o time colorado, invicto há 10 partidas e com 4 vitórias consecutivas em Gre-Nal.

É aconselhável, contudo, que curta com moderação este bom momento que o Inter atravessa, sem esquecer que a série invicta de seu clube não inclui resultados positivos diante das principais equipes do campeonato, embora as perspectivas sejam boas, visando à conquista de vaga para a Libertadores de 2025.

Os colorados também  devem ponderar sua euforia com relação à sequência vitoriosa no Gre-Nal, pois nenhum desses triunfos aconteceu na Arena gremista, onde o Internacional até hoje só venceu um clássico e deixou a triste marca de um 5 a 0 contra, enfrentando o mesmo treinador que hoje o dirige e, malgrado as boas passagens nos times que treinou, nunca saboreou o prazer do erguer de uma taça.

Fale com nosso colunista Lino Tavares. WhatsApp 55-991763232. E-mal jornalino@gmil.comm.