O Garça FC de 1972. Título e histórias que ficam para sempre. Foto: Reprodução/Blog do Marcão

O Garça FC de 1972. Título e histórias que ficam para sempre. Foto: Reprodução/Blog do Marcão

No ano de 1.971 o Garça FC ficou entre os melhores times da 1ª divisão do interior paulista. Mantendo a mesma performance no ano seguinte o Garça brilhou novamente. No campeonato de 1.972, a Federação Paulista de Futebol fez uma manobra e não teve o acesso para as equipes interioranas. A entidade máxima do futebol paulista regionalizou as disputas. O Garça integrou um dos grupos, ao lado do Andradina, Corinthians de Presidente Prudente e Linense. Depois de turno e returno, avançaram o Garça e o Corintinha. Da outra região se classificaram o Barretos e Catanduvense, formando então o quadrangular decisivo. O Garça decidiu a sorte do campeonato contra a Catanduvense no “Silvio Salles”, precisando da vitória para ser o campeão do interior. Ao Catanduvense, apontado como o franco favorito, bastava um simples empate.

E num jogo pra lá de dramático, o Garça desbancou o Catanduvense e venceu por 3 a 2. O ex-goleiro Chiquinho que pegou “até pensamento” se lembra um tanto emocionado, afirmando que foi um verdadeiro duelo de titãs, um jogo de tirar o fôlego. Sem falar na arbitragem “caseira”, querendo o Catanduvense campeão.

Para o Garça marcaram Cláudio Belon (2) e Índio. O “Azulão” vencia até aos 43 minutos do 2º tempo, quando o juizão arranjou um pênalti (falta do Índio num atacante bem fora da área). O curioso é que o cobrador oficial da Catanduvense era o Osmar Silvestre (ex-Garça) que não quis bater. Sobrou para o Eduardo, que mandou a bola no canto, e o goleiro Chiquinho “voou” espalmando a bola para a linha de fundo. Aí não teve mais jeito, o Garça tocou a bola até o apito final. O técnico Valeriano mandou a campo: Chiquinho; Ari Lima, Brito, Pedroso e Abegar; João Luiz e Índio; Maurílio, Cláudio Belon, Pulga (Grilo) e Escurinho.

No domingo seguinte, o Garça realizou um jogo festivo para receber as faixas de campeão. Pra variar o “Azulão” acabou perdendo para a Caldense (Minas Gerais), por 1 a 0, e teve as faixas carimbadas.

Recordamos uma das formações do Garça da temporada de 1972. Em pé da esquerda para direita: Brito, Chiquinho, Pedroso, João Luiz, Ari Lima e Índio. Agachados: Maurílio, Cláudio Belon, Pulga, Foguinho e Escurinho. A coluna homenageia dos grandes defensores do Garça, José Pedroso e Francisco Cefaly Neto.

O zagueiro Pedroso, com certeza foi um dos melhores “beques centrais” da história do “Azulão”. Dono de um futebol de muita raça e voluntariedade, defendeu o Garça com dedicação incomum em várias temporadas. Com uma impulsão incomum dificilmente perdia uma bola de cabeça. Já o Chiquinho, foi apontado como o melhor goleiro do interior naquele ano. Ele tem duas marcas fantásticas na carreira: no dia 04/12/1972 marcou um gol do “goleiro do Garça no goleiro do Olímpia”, quando de sua meta de um “canudo” para a frente, a bola atravessou todo o campo e entrou. Anteriormente quando era goleiro do Noroeste, no dia 19/07/1965, jogando na Vila Belmiro, contra o Santos, defendeu um pênalti cobrado por Pelé. O Atleta do século, ajeitou a bola, deu a tradicional paradinha, e tocou no canto esquerdo, Chiquinho acertou o canto e espalmou a bola para a linha de fundo, num lance de escanteio.

Curiosamente o árbitro Zanferrari, mandou cobrar tiro de meta, e afirmou “Impossível Chiquinho. Pênalti de Pelé ninguém defende”. Veja como era e como está o Pedroso, atualmente morando na cidade de Vera Cruz e Chiquinho residindo em Bauru.

*Por Wanderley "Tico" Cassola. Originalmente publicado no Blog do Marcão.

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