O camisa 10 do líder do Brasileirão está no departamento médico e não tem características de um 10. Adriano é na verdade um camisa 9 (Alex é 12 e Danilo é 20). O São Paulo, vice-líder, ainda procura por um autêntico número 10. Pode ser Lucas? Sim, qualidade o novato jogador tricolor tem. O São Paulo tem ainda o veterano Rivaldo e agora buscou o argentino Cañete.

E por falar (ou escrever) isso, por que tanto ficamos deslumbrados com as atuações de Montillo e D´Alessandro? Simplesmente porque paramos de produzir jogadores diferenciados, capazes de vestirem a 10.

Veja no ano passado, por exemplo. Conca não usava a 10 do Fluminense, campeão brasileiro. Mas sempre teve a alma de um 10. E é outro argentino.  Agora, em 2011, o Tricolor das Laranjeiras aposta em Martinuccio.

Há dois anos o Flamengo foi campeão brasileiro. E quem tinha a alma do camisa 10 no rubro-negro? Petkovic. 

O Palmeiras carece de um camisa 10, isso porque Valdivia, um chileno, continua sem atuar.

O Santos talvez seja o único time que honra a tradição. Tem um legítimo 10, Paulo Henrique Ganso, que virou até 10 da seleção.

Claro que não posso me esquecer do veterano Ronaldinho Gaúcho, que, como disse Luxemburgo, não é o mesmo jogador de Grêmio, seleção brasileira e Barcelona, mas ainda tem condição de produzir algo que fuja do futebol burocrático que encontramos na maioria das equipes.

Muricy Ramalho, técnico vencedor e que merece ser escutado, já alertou o perigo que corremos. "Por isso, eu não gosto de ver times infantis e juniores no esquema 3-5-2. Porque isso acaba com os meias", comentou o atual treinador santista.

A verdade é que os insucessos recentes do futebol brasileiro, em mundiais ou outras competições, podem ter sido causados pela carência dos camisas 10. Sem um grande meia, o time também não anda. Foi assim com a seleções brasileiras de 1990 (com Lazaroni) e 2010 (com Dunga).

O que eu quero é ver uma seleção que não tenha apenas um camisa 10. Mas que tenha vários, como era aquele time de 1970 (Pelé, Rivellino, Jairzinho, Tostão e Gérson). Aí, o futebol brasileiro será mais brasileiro. Encantará muito mais. Voltará a ter identidade. E não precisaremos ficar trazendo tantos e tantos estrangeiros na busca do 10 perfeito. 

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