A revista Placar está nas bancas com uma edição especial em comemoração aos 80 anos de Pelé (aniversário dia 23 de outubro). Dentre os memoráveis conteúdos desta edição, destacam-se entrevistas contundentes, ensaios fotográficos, matérias especiais, e até um reencontro promovido pela revista com um de seus melhores parceiros, Mané Garrincha.
Lembrei-me, então, da festa que fizeram para Pelé quando o Rei completou 50 anos de vida. Eu era editor de esportes do Correio Braziliense e estava lá, em Milão, no dia 31 de outubro de 1990, quando a jovem seleção de Paulo Roberto Falcão se reunia (tendo o cinquentão Pelé com a camisa 10) para enfrentar uma seleção do “Resto do Mundo”, formada, entre outros, por Marco Van Basten, Roger Milla, Hagi, Stoichkov e Goycoechea. Público superior a 70 mil espectadores no Estádio Giuseppe Meazza.
O Brasil perdeu por 2x1, mas, para muitos, o placar pouco importava. Michel e Hagi marcaram para o Resto do Mundo, e Neto (sim, o craque Neto, da Band, que entrou em campo exatamente no lugar de Pelé) descontou em cobrança de falta.
Mas aquele jogo comemorativo ficou mesmo marcado por um lance em que o paraibano Rinaldo arrancou pela esquerda contra apenas um zagueiro, enquanto Pelé vinha a seu lado totalmente desmarcado, só esperando receber a bola para marcar o gol. O atacante - que começou a carreira no Campinense e na época era do Fluminense - preferiu finalizar e errou, impedindo Pelé de marcar o seu gol de número 1.285.
Porém, nada impediu, nem impedirá de o nosso Rei Pelé continuar sendo um jogador eterno. Como disse o artista norte-americano Andy Warhol, criador da Pop Art:
“Pelé é um dos poucos craques que contrariaram minha tese. Em vez de 15 minutos de fama, terá 15 séculos.”
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