Confundida com a dança e até com o teatro pelo seu caráter dramático, a patinação artística é mais velha nos Jogos Olímpicos que algumas modalidades

Confundida com a dança e até com o teatro pelo seu caráter dramático, a patinação artística é mais velha nos Jogos Olímpicos que algumas modalidades

Há quem não ache fácil “engolir” os Jogos Olímpicos de Inverno. Para alguns brasileiros, esporte que não se pode ao menos treinar em seu próprio país, como é o caso do Brasil, não deveria ter atletas que o represente.  Além disso, outras modalidades que podem ser vistas na televisão nesta Olimpíada de Sochi também fazem alguns entendedores duvidarem de que realmente são esportes.

O questionamento que mais ouvi nestes 12 dias de competições em Sochi é sobre a patinação artística no gelo. Para alguns o esporte não é esporte, mas “apenas” dança.

Mas por quê? Afinal a patinação artística é uma atividade física, é organizada em confederações e federações, é competitiva e ainda desafia corpo e mente do ser humano.

Se fizermos comparações olímpicas então, não há o que se duvidar. Ao se analisar a maneira como é disputada e apresentada, a patinação no gelo é semelhante a outras modalidades presentes nos Jogos Olímpicos de Verão como ginástica artística, ginástica rítmica e nado sincronizado.

Em termos de cronologia olímpica, a patinação no gelo é mais antiga que as competições  citadas de verão.

A ginástica artística entrou nos Jogos Olímpicos em 1928; o nado sincronizado, em 1948 e ficou como esporte de exibição até 1968; a ginástica rítmica é a mais nova das modalidades, com apenas 30 anos em Olimpíadas, foi introduzida em 1984.

A patinação artística no gelo é ainda mais antiga que o vôlei, por exemplo, que é olímpico desde 1964; o vôlei de praia, olímpico desde 1996; e o basquete, presente nos jogos modernos desde 1936.  

Em Olimpíadas a patinação no gelo pode ser considerada um esporte veterano. Fez parte das Olimpíadas de Verão em 1908 e 1920, mas passou a figurar no cronograma da competição de inverno desde a primeira edição, em 1924, em Chamonix, na França.

Alguns ingredientes que chamam a atenção do público em determinados tipos de patinação artística levaram o esporte ao questionamento de leigos. Trilhas sonoras empolgantes, roupas bem preparadas, maquiagem, penteados e até expressões faciais dos atletas levam a patinação para perto das artes dramáticas como o teatro ou da arte circense pelas acrobacias.

Com grandes nomes conhecidos e reconhecidos pelo mundo, a patinação artística é um dos esportes mais prestigiados em Sochi. Os torcedores assistem às apresentações em silêncio e se emocionam com os atletas. Os juízes também são alvos de discórdia do público, como em outros esportes. No Brasil, os comentaristas da TV se emocionam, impressionam; meios de comunicação de internet não cansam de mostrar as belezas no gelo.

Além disto, cada categoria tem seus ídolos, como em qualquer outro esporte. Em Sochi, por exemplo, os nomes vão desde a revelação Yulia Lipnitskaya até a campeã mundial Carolina Kostner e a atual campeã olímpica, Yuna Kim. Pelo Brasil, Isadora Williams é a representante da patinação em Sochi. Ela não treina no país e se esforça para falar o português, mas não há dúvidas: todas são atletas.

No Twiiter: @karla_torralba

Foto: UOL

Últimas do seu time