Parabéns, Palmeiras! Você conseguiu perder o campeonato mais ganho dos últimos tempos. As razões são muitas, mas me detenho em algumas.
Em primeiro lugar, credito uma boa parcela de culpa ao presidente Luiz Gonzaga Belluzzo. O primeiro grande erro dele foi à humilhação pública, pedindo pelo amor de Deus para o Muricy aceitar vir para o Palmeiras, com proposta milionária. Foi constrangedor ouvir Belluzzo, na Rádio Bandeirante, tal como rapaz apaixonado, pedir a mão da moça, sob as bênçãos do cupido Milton Neves.
A atitude subserviente poderia, talvez, ser admitida, se o time, por exemplo, estivesse na zona do rebaixamento.  Mas o Palmeiras, sob a batuta do humilde e gente boa Jorginho, estava, não apenas ganhando, mas jogando bem. O grupo parecia jogar por ele, exatamente como ocorre no Flamengo, de Andrade.
Continuando com o "fator Belluzzo?, tudo culminou com o escandaloso, pornográfico e explícito gol anulado de Obra. Lembrando Dr. Jekyll and Mister Hyde, o ex-seminarista e atual professor de Economia ponderado, de repente, inesperadamente, "chutou o pau da barraca?: chamou Simon de "ladrão?, chamou-o para a "briga?,incorporou o valentão. Resultado: nove meses de gancho e mais gasolina na fogueira verde,  no momento mais inadequado possível.  ATENÇÃO: considero compreensível  a revolta do presidente, afinal trata-se de um dos mais decisivos e crassos erros de arbitragem dos últimos anos. O problema é a maneira como ele fez isso, típica de um homem de bem, mas neófito no futebol , que não conhece o "baralho?*. Nesse caso, uma aula com os diretores do São Paulo seria bom. Ele aprenderia como usar a mídia para pressionar a arbitragem com ironia, "classe? e eficiência.
Muricy Ramalho também tem grande dose de culpa. Não teve humildade para manter o jeito "Jorginho?  de jogar (que estava dando certo) e introduziu a receita britânica do jogo aéreo, eficiente no São Paulo dos anos passados, ineficiente no Verdão 2009, mas SEMPRE um futebol feio para dedéu. Desconto aqui a perda, por contusão, de Pierre e Clayton Xavier, em momento crucial do campeonato, sem peças de reposição à altura.
Mas quase sempre (ou sempre) a culpa maior é dos jogadores.  "Amarelão?, vaidade, ciúmes do mega salário de Love, falta de equilíbrio emocional. A existência desses ou de outros motivos,  depõe  seriamente contra esse elenco.
Resta agora ao Palmeiras lutar para terminar no G4,  sem os brigões (que coisa feia!) Maurício e Obina (se fossem  jogadores de maior prestígio, teria sido sequer cogitada a demissão?).
A Libertadores passa a ser um consolo para o trauma de perder o campeonato, que vai para o inimigo (segundo palestrinos históricos) São Paulo, ou para o Flamengo, outro time que os palmeirenses não suportam. E a tarefa não será fácil. Afinal, como diz Belluzzo, quando se manifesta como o brilhante economista que é, o Palmeiras está "em viés de baixa?.
*Usei o termo "baralho?, em alusão ao que disse Rubens Minelli, em 77, ao ser preterido, pela então CBD, na escolha do técnico para a seleção brasileira, após a saída de Oswaldo Brandão. Perguntado se estava decepcionado pela opção ter recaído em Cláudio Coutinho, Minelli respondeu: "Eu já sabia que, mesmo sendo tricampeão brasileiro, não seria escolhido. Eu conheço esse baralho!?

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