Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Por Wladimir Miranda

Vi e ouvi um debate sobre futebol. De um lado, um veterano, que não é jornalista (sociólogo?). Do outro, um flamenguista histriônico, com velho hábito de ficar arrumando o cabelinho na testa.

É aloprado. Alimenta-se de discussões e gritarias.

O veterano pegou a mania de também gritar.

Como o seu oponente, o rubro-negro.

O veterano deve ter sido orientado a gritar.

Se não gritar, “não tem audiência”, certamente lhe disseram.

O assunto é quem é o favorito entre Flamengo e Corinthians nas semifinais da Copa do Brasil.

O torcedor do Mengo berra que é o Fla.

O Corinthians tem o voto do veterano.

O argumento é que o time carioca tem o melhor elenco. “E tem a obrigação de eliminar o Corinthians”.

O corintiano rebate com veemência, em altos brados.

De fato, o Corinthians investiu muito na chamada janela de contratações. Memphis Depay veio para ganhar R$ 3 milhões mensais. Mas não poderá jogar porque não está inscrito na competição. Mas o clube dirigido por Augusto Melo, que pode sofrer um impeachment em breve, se reforçou com um pacote de outros estrangeiros.

Memphis Depay já jogou no Barcelona e Manchester United.

E é grande atração da Liga brasileira na temporada.

É holandês.

Pela badalação que a sua contratação provocou, o adepto do futebol menos informado deve supor que a Holanda já conquistou vários campeonatos mundiais.

Nada.

Só fez fumaça em mundiais.

A discussão terminou entre o flamenguista e o corintiano, sem que um aceitasse o argumento do outro.

Agora é assim.

Todos gritam.

Ninguém tem razão.

O Corinthians segue na zona do rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

Derrotou o lanterna Atlético Goianiense no sábado, para delírio de sua inflamada legião de torcedores.

Esse é o futebol brasileiro atual.

A Seleção Brasileira acumula vexames nas Eliminatórias Sul Americanas.

O Flamengo, de Tite, tido por muitos como o melhor técnico brasileiro vivo, ousa mostrar um futebol que não justifica o alto investimento que a sua direção fez para que a equipe conquistasse todos os títulos que disputa.

Tite custa muito para o Mengo.

Tem salário de cerca de R$ 2 milhões.

Fora o que ganham seu filho (Matheus Bachi), e os também auxiliares Cléber Xavier e César Sampaio, o ex-volante de fala mansa e sempre disposto a dizer sim.

Todo o investimento feito em Tite e sua patota não deu resultado e a demissão do treinador que disputou dois mundiais pela seleção e foi eliminado por Bélgica e Croácia pode ser anunciada a qualquer momento.

Se for eliminado pelo Corinthians na Copa do Brasil, Tite terá de passar no RH para assinar a dispensa.

Não sairá triste, pois que embolsará uma boa grana de multa.

Esse é o retrato do atual futebol brasileiro.

O nível do futebol jogado por aqui é baixo.

Os clubes se socorrem de estrangeiros de países vizinhos da América do Sul.

Muitos de qualidade técnica duvidosa.

O Brasil tem poder econômico, na comparação com a vizinhança do continente.

No Santos, a discussão é Miguelito.

O boliviano foi o destaque da última rodada das eliminatórias.

Pelo seu país, marcou gols e deu assistências.

Foi eleito o craque da rodada pela Conmebol.

Fábio Carille, o técnico do Santos, trata o jogador com desdém.

Miguelito só foi relacionado para o jogo com o Novorizontino por pressão do presidente Marcelo Teixeira.

Isso, Miguelito é o craque do Santos de Pelé.

E de Neymar, Ganso, Robinho e dezenas de outros jogadores inesquecíveis do Peixe.

Então, fica assim: é esse o cenário atual do futebol pentacampeão do mundo.

Triste.

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