Depois de 25 dias de disputa intensa, a UEFA EURO 2012 terminou com a Espanha novamente no topo da Europa. Mas a Eurocopa deste ano não se resumiu apenas no grande título espanhol para cima dos italianos. A Eurocopa teve os atacantes Shevchenko, Cristiano Ronaldo, Mario Balotelli como destaques, além do fiasco da Rússia e da Holanda na fase de grupos. Problemas fora de campo também estiveram em evidência.

Confira a seguir alguns momentos memoráveis da EURO 2012:

- O show espanhol na grande final contra a Itália: A Espanha começou a Eurocopa de maneira tímida e com a imprensa criticando muito a maneira como o time jogava, abusando da posse de bola e com pouca objetividade no ataque. Mesmo assim, a Espanha mostrou sua força e venceu a Eurocopa atropelando a Itália na final pelo placar de 4 a 0 e calou os críticos. O time jogou com objetividade e engoliu a Itália, que nada pode fazer. Foram 12 gols e apenas um sofrido pela Espanha em todo o torneio. Um prêmio para a grande geração da Espanha, que segue mostrando sua força desde 2008.

- O renascimento da Itália: Apesar de ficar com o vice-campeonato da Eurocopa, a Itália deixa a competição de maneira muito orgulhosa. O treinador Cesare Prandelli recuperou a auto-estima do time, que jogou uma primorosa Eurocopa, com Pirlo e Balotelli como destaques. A vitória contra a Alemanha na semifinal mostrou que o time superou mesmo todo aquele vexame na Copa de 2010. A grande campanha da Itália mostrou que o trabalho de Prandelli está no caminho certo e que tem tudo para seguir evoluindo visando as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014.
 
- Mário Balotelli emplaca com a Azzurra: O atacante Mário Balotelli nunca havia mostrando um grande futebol com a camisa da Itália até a disputa da Eurocopa. Na Euro, o atacante marcou três gols e terminou a competição como um dos artilheiros do torneio. Antes da Euro começar, o atacante havia marcado apenas um golzinho com a Itália, mas com o seu bom futebol na competição, o jogador mostrou que pode ser sim um dos grandes líderes do ataque do time nas próximas competições oficiais. Mas para isso precisa melhorar seu comportamento rebelde e polêmico.

- Todo mundo esperava mais da Alemanha: A maioria das pessoas que eu conversei durante e depois da Eurocopa, cravavam que a Alemanha e a Espanha poderiam fazer mais uma final de Eurocopa, mas todo mundo se enganou como eu. A Alemanha mostrou um bom futebol ate vencer os gregos nas quartas de final, mas contra a Itália, o time de Joachim Löw sofreu um apagão, confirmando que a Alemanha nada, nada, nada, mas morre na praia no final. Apesar de contar com uma grande geração, a Alemanha precisa de um título, fato que não acontece desde a Euro 96. O time tem feito boas campanhas, mas na hora da decisão, o time cai. De agora em diante, o time alemão terá uma pressão maior por títulos em competições oficiais.

- A despedida magistral de Shevchenko: O atacante Andriy Shevchenko encerrou a sua marcante carreira na Seleção da Ucrânia de maneira como todos queriam. O atacante marcou dois gols na vitória da Ucrânia sobre a Suécia e se tornou o primeiro grande herói da Eurocopa. Prestes a completar 36 anos, o atacante não conseguiu levar a Ucrânia para as quartas de finais, mas deixou seus torcedores orgulhosos com seus gols. Vale lembrar que Sheva quis jogar a Eurocopa dentro do seu país para se despedir da sua seleção de perto da torcida. O jogador chegou para a competição com problemas físicos, mas conseguiu jogar e ser o grande destaque do time.

- O vexame de Rússia e Holanda: Muitos esperavam que a Rússia e a Holanda fariam grandes campanhas na Euro, mas novamente se enganaram, como eu. A Rússia começou bem ao golear a Rep. Tcheca, mas acabou empatando com os poloneses e perderam de maneira surpreendente para a indigesta Grécia por 1 a 0, em um jogo que os russo dominaram e criaram as melhores chances. Com o vexame, o time russo dá praticamente adeus a geração de Arshavin, Pavlyuchenko, Zyryanov, Anyukov, Kerzhakov, Zhirkov, Ignashevich e entre outros. Porém, o time russo mostrou ao mundo o grande futebol do meia-atacante Alan Dzagoev, autor de três gols na Euro.

Já a Holanda foi bem pior que a Rússia. No Grupo da Morte, os holandeses perderam todos os seus três jogos, contra Dinamarca, Alemanha e Portugal e ainda viram o treinador Bert Van Marwijk pedir demissão. Com problemas no dentro do vestiário, a Holanda deixa a Euro em crise e com novo treinador Louis van Gaal, que ficou marcado por não levar seleção holandesa para a Copa de 2002. O que será da Holanda?? Isso só o tempo irá dizer.

- A França não encanta, assim como a Inglaterra: A Inglaterra e a França vieram para a Eurocopa sem badalação, e deixaram o torneio com algumas incertezas. A Inglaterra lutou para avançar as semifinais, mas caíram diante da Itália, nos pênaltis. Com um time envelhecido e com um treinador experiente, mas fraco, a Inglaterra precisará de mudanças para voltar a fazer bonito em competições oficiais. A geração criada não tem muitos talentos e o time ainda necessita dos mais experientes para não fazer feio.

Já a França, não fez uma grande Eurocopa e viu os problemas dentro do vestiário atormentarem o time como na Copa de 2010. A queda frente a Espanha foi inevitável para um time que ainda está em construção, mas que carece de grandes jogadores. Blanc deixou o comando dos Bleus e Didier Deschamps será o novo comandante para tentar colocar a França no caminho das grandes campanhas em competições oficiais.

- Cristiano Ronaldo lidera Portugal na Euro: Apesar de ter começado a Eurocopa de maneira muito apagada e jogando muito aquém do esperado, o craque Cristiano Ronaldo se recuperou nos jogos contra Holanda e República Tcheca, onde levou Portugal até as semifinais contra a Espanha. Mesmo assim, o futebol do craque não foi o suficiente para ajudar Portugal a superar a Espanha, que venceu nas penalidades com muito sufoco. A campanha lusa acabou sendo muito positiva ainda mais com o fato de o time parar a Espanha nas semifinais, apesar da derrota nos penais. Ronaldo encerrou a competição entre os artilheiros, com três gols marcados.

Eurocopa de 2012 também foi marcada por racismo, protestos do Femen e brigas entre russos e poloneses: Não foi só coisas boas que aconteceram na Eurocopa. A competição de 2012 foi marcada por insultos racistas aos jogadores negros como Balotelli (ITA), Gebre Selassie (RTC), e entre outros. Antes mesmo da disputa da Euro, a imprensa já esperava que esse tipo de problema poderia acontecer ainda mais na Polônia e na Ucrânia, onde a população tem um certo tipo de preconceito com pessoas de outra etnia.

O Femen também foi muito preponderante na Eurocopa. As ativistas do Grupo Femen protestaram antes e durante a Eurocopa, mostrando-se contra a realização do torneio. Em defesa dos direitos humanos e das mulheres, o Femen atraiu os holofotes durante a competição e serviu de recado para as autoridades de todo o mundo.

Outro fato lamentável foi a briga entre russos e poloneses do dia em que ambas seleções se enfrentaram durante a fase de grupos da Eurocopa. No total, foram 20 pessoas feridas e mais de 184 presos. As ruas de Varsóvia se tornaram um verdadeiro campo de batalha antes e depois do jogo entre Polônia e Rússia, que ficou no empate de 1 a 1. A briga foi motivada por causa de um protesto do Dia da Rússia, mas poloneses e russos sempre foram considerados grandes rivais políticos desde a segunda Guerra Mundial e isso acabou extrapolando os limites do campo.

Imagem: @CowboySL