Ricardo Rogério de Brito, mais conhecido como Alemão, passou pela redação do portal Terceiro Tempo no último dia 15 de maio e não deixou de responder algumas perguntas especialmente para Os Estagiários.
Atualmente com 52 anos, ele tenta se estabelecer como treinador de futebol e contou um pouco do que ele acha dos técnicos brasileiros e de como ele vê o mercado da profissão aqui no Brasil.
Confira a entrevista completa:
Terceiro Tempo: Agora como técnico, você vai tentar copiar o estilo de algum treinador que te treinou?
Alemão: A gente tem que pegar alguma coisa sempre daqueles que te ensinaram. Eu trabalhei com Parreira, Telê Santana, Marcelo Lipp, Cesare Prandelli e Aragonés. Então, eu vou tentar pegar um pouquinho de cada um e depois fazer a minha parte. A disciplina do atleta e ele saber jogar na posição é fundamental para eu poder cobrar ele depois. Porém, esquema tático depende sempre do adversário. Se o adversário, por exemplo, vem com um esquema com dois abertos, eu tenho que jogar diferente. A gente só pode definir o esquema depois de ver tapes do time jogando, quais jogadores que o técnico rival vai escalar e só na véspera do jogo tem como decidir isso.
TT: Não da mais para ser fiel a um estilo de jogo?
Alemão: Não da mais. Porque hoje a mídia mostra tudo. Todo mundo está te estudando e você está estudando todo mundo. Não tem como ficar preso a um esquema e jogar sempre do mesmo jeito. Por isso, não se pode revelar um time antes do jogo. Deste modo, o clube que não tem elenco fica prejudicado.
TT: Como você vê o nível dos técnicos brasileiros?
Alemão: Eu acho que tem muita gente boa. Porém, há muitos sem experiência também, porque é fundamental você saber o que está falando para o atleta. E quem jogou tem um pouco mais de facilidade, já que entende mais a cabeça do jogador. Mas ainda temos muitos aventureiros entrando neste meio ou aqueles que são colocados por empresários, que acreditam que se gritarem, falarem palavrões ou xingarem os jogadores vão obter sucesso. Eu, por exemplo, moro há 18 anos em São Paulo, mas como não tenho um empresário, nunca vou conseguir treinar um clube aqui do mercado. Eu tenho que ir para fora, Manaus, Caruaru, Paraná, para tentar fazer um bom trabalho e depois ser observado por um clube daqui.
TT: Você acha que existe um preconceito dos times com os técnicos mais jovens, que ainda não tem tanta experiência no mercado?
Alemão: Existe sim. Claro, porque o presidente está preocupado com o resultado, ele está colocando seu posto em risco, sendo cobrado pela torcida. Ele quer ter uma segurança maior, por isso é normal eles procurarem alguém mais experiente.
TT: Você tem um sonho de treinar um clube que você jogou?
Alemão: É claro. Eu tenho um sonho de disputar a Libertadores pelo Botafogo como técnico. Já pensou em treinar o Napoli? Imagina. Isso seria simplesmente maravilhoso!
*Ednilson Valia e Diogo Miloni colaboraram com a entrevista
Ooooooo, o Brasileirão voltou! Análise dos jogos com João Antonio e Frank Fortes
12/07/2019Voz mais conhecida do Brasil, Cid Moreira revisita carreira em entrevista ao Domingo Esportivo
24/06/2019Veja a última entrevista de Ricardo Boechat
13/02/2019A TV Terceiro Tempo opina: após 18 dias de "férias", SP volta a passar vergonha no Morumbi
12/05/2017Falando Muito: quem leva a melhor, Palmeiras ou Santos?
18/02/2016