O ideal seria que pudéssemos registrar neste espaço do Terceiro Tempo, como forma de merecida homenagem, o transcorrer do aniversário de todos os clubes de futebol do Brasil. 

 

Mas isso seria inviável, porque são milhares, razão pela qual restringimos essa deferência àquelas agremiações de maior destaque do esporte das multidões em nosso país.

 

Entre essas entidades de ponta, figura o Grêmio Foot-Ball Porto Alegretense, que hoje (15/09/17) comemora 114 anos de virtuosa existência, ocupando no momento o patamar mail elevado do somatório geral de rendimento futebolístico, apurado pela Confederação Brasileira de Futebol.

 

A grandiosidade do tricolor gaúcho, que traz como símbolo a figura do Mosqueteiro, torna-o ímpar na atulidade do futebol brasileiro ao ocupar a primeira colocação no ranking de clubes da CBF, com um total de 15028 pontos somados.

 

Atrás desse presente gremista auspicioso, que inclui a condição de segundo colocado no campeonato brasileiro e um dos três representantes do país na disputa da Copa Libertadores da América de 2017, repousa uma invejável história de conquistas em que figuram sete títulos nacionais, dois continentais e um mundial.

 

Nesse contexto histórico, destacam-se pioneirismos de amplitude regional, posto ser o Grêmio o primeiro e único clube do Sul do Brasil a ceder atletas para a seleção brasileira, que se tornaram campeões mundiais, tais como o lateral Everaldo, tricampeão brasileiro na Copa de 1970, bem como o zagueiro Anderson Polga e o atacante Luizão, no Mundial de 2002.

 

Também é uma exclusividade sulista do grande clube que hoje aniversaria a revelação de craques que alcançaram o ápice da fama no futebol mundial, de que é exemplo clássico o meia Ronaldinho Gaúcho, formado e projetado nas hostes gremistas, duas vezes eleito melhor jogador do mundo, atuando pelo Barcelona, uma das maiores potências do futebol mundial.

 

Por suas conquistas, por sua mística projetada nas cores azul, branco e preto e no seu belo hino, obra prima do grande compositor Lupicínio Rodrigues, o Grêmio conquistou no curso de sua fantástica história a simpatia de figuras proeminentes do Brasil e do mundo.

 

Entre sua imensa legião de torcedores de todos os tempos, figuram celebridades como a cantora Elis Regina, a modelo nº 1 do Planeta Gisele Bündchen e sua atual substituta no título Raquel Zimmermann. os ex-presidentes Getúlio Vargas, João Goulart,  Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo, o poeta Mário Quintana, o escritor Érico Veríssimo e destacados treinadores da atualidade, como Tite, técnico da seleção, Felipão, campeão mundial de 1992, Cuca, treinador do Palmeiras, Mano Menezes, técnico do Cruzeiro, além do seu atual treinador Renato Poartaluppi, ex-atleta que escreveu com pena de ouro a maior conquista do Clube, configurada no título mundial de 1983 em Tóquio, capital do Japão. 

 

Após essa justa homenagem ao tricolor mais querido do Brasil meridional, direcionemos o foco da matéria para a situação dos clubes brasileiros na Copa Libertadores, depois de participarem, quarta-feira, dos jogos de ida das quartas de final do torneiro continental.

 

Em termos de Brasil, o que de mais positivo cumpre destacar é que, após os resultados desses jogos, restou a quase certeza de participação de um clube brasileiro na grande final da Libertadores, o que quebraria nosso longo jejum em jogos decisivos desse importante certame interclubes da América.

 

Essa possibilidade maiúscula repousa no bom resultado alcançado pelo Santos, empatando em 1 a 1 com o Barcelona, em Guayaquil , o que lhe permite chegar à semifinal do torneio com um empate em 0 a 0 ou uma vitória simples, no jogo de volta na Vila Belmiro.

 

Se o Peixe chegar lá, vai disputar a vaga para a final da Libertadores com o Grêmio ou o Botafogo, que irão decidir no jogo de volta, na Arena gremista, qual dos dois times se tornará semifinalista da competição de clubes mais importante da América do Sul. 

 

Nem precisaria explicar, visto tratar-se de um raciocínio lógico, que a participação de dois clubes brasileiros na semifinal (Santos e Grêmio ou Santos e Botafogo), representará presença certa do Brasil na decisão da Libertadores 2017.

 

Com vistas à possibilidade de uma conquista brasileira na Libertadores deste ano, a situação ficou um pouco mais favorável em razão dos resultados ocorridos nos jogos de ida das quartas de final.

 

Tudo porque o pouco conhecido Jorge Wilstemann aplicou um surpreendende 3 a 0 no poderoso River Plate, praticamente carimbando seu passaporte para a semifinal da Copa Libertadores.

 

Embora o expressivo resultado tenha sido alcançado pelo clube boliviano, jogando em casa, por si só ele deixa uma margem muito estreita para o River tentar reverter a enorme desvantagem no confronto de volta.

 

Para conseguir isso, precisará fazer, no mínimo, quatro gols no visitante, sem sofrer nenhum, ou derrotá-lo por outro placar qualquer com diferença de quatro gols, o que é improvável sob todos os aspectos.

 

É verdade que, mesmo com o River virtualmente eliminado na competição, restam ainda dois clubes argentinos com possibilidade de chegar à semifinal, cabendo ao San Lorenzo, do Papa Francisco, o favoritismo nesse sentido, por ter batido o Lanús no jogo de ida das quartas de final pelo placar de 2 a 0, que deixa pouca margem para uma suposta reversão na partida de volta.

 

Mesmo assim, temos de convir que nem San Lorenzo, nem Lanús, dois clubes de pouca tradição na disputa da Libertadores, tem o mesmo peso do quase eliminado River Plate, com um histórico bem mais consistente no torneio, em se tratando de uma hipotética disputa do título com qualquer dos três representantes do Brasil ainda vivos na competição.

 

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