Não é apenas hoje que os pilotos da Fórmula 1 precisam se preocupar com o consumo de combustível, embora a dinâmica seja diferente.
Há exatos 40 anos, vários pilotos sofreram com a chamada "pane seca" na terceira prova da temporada de 1985, incluindo o pole e líder até três voltas para o final: Ayrton Senna (1960-1994).
O brasileiro, que havia vencido a prova anterior, em Portugal, primeira em sua carreira na F1, dominava absolutamente o GP de San Marino, em Imola, mesmo local onde acabou morrendo nove anos depois.
O poderoso motor Renault turbo de sua Lotus lhe garantia uma excelente performance, sobretudo nos treinos de classificação (Senna marcou sete poles em 1985 e Elio de Angelis, seu companheiro de equipe, uma), mas era preciso ter parcimônia com o pedal do acelerador e a pressão do turbo para garantir alguns mililitros até a bandeirada final.
Quando restavam três voltas para o final, o tanque da Lotus do brasileiro secou completamente, assim como aconteceu com a Ferrari do sueco Stefan Johansson, a Brabham do brasileiro Nelson Piquet, a Tyrrell do britânico Martin Brundle e a Renault do britânico Derek Warwick. Naquele instante, o sueco Stefan Johansson (Ferrari) era o segundo colocado e assumiu a liderança, mas também ficou sem gasolina mas ainda terminou em sexto.
Se Ayrton Senna viu sua segunda vitória na F1 escorrer pelas mãos (acabou a prova em sétimo lugar), seu companheiro, o italiano Elio de Angelis, conseguiu levar seu carro até o final e vencer sua segunda prova na categoria (a primeira havia sido em 1982 no circuito de Österreichring, na Áustria, com Lotus-Ford).
Na pista, foi Alain Prost (McLaren TAG-Porsche) quem recebeu primeiro a bandeira quadriculada, porém o carro do francês foi reprovado pelos fiscais por peso abaixo do permitido.
Dois fatores foram decisivos para que os carros, em tese iguais, tivessem um final diferente naquele 5 de maio de 1985: segundo Senna, o turbo de seu carro apresentou um problema, gerando um maior consumo de combustível; além disso, De Angelis fez uma prova mais conservadora, fator que lhe permitiu subir ao degrau mais alto do pódio. De Angelis ficou na "espreita", em quarto lugar por um bom tempo, atrás de Senna, Alboreto e Prost. Michele Alboreto, aliás, com a Ferrari, pressionou bastante o brasileiro até abandonar na volta 29 com problema elétrico.
Embora em seu segundo ano na F1, foi a primeira participação de Senna em Imola. Em 1984, com a Toleman, ele não se classificou, algo que nunca mais se repetiu em sua carreira. Na ocasião, uma falha no motor Hart-turbo impediu a participação do brasileiro, uma vez que a equipe não conseguiu solucionar o problema. Seu companheiro, o venezuelano Johnny Cecotto largou em 19º mas não terminou a corrida.
Com diversos pilotos abandonando no final, o pódio acabou sendo formado com dois pilotos que não figuravam entre os favoritos: o belga Thierry Boutsen (Arrows-BMW) foi o segundo colocado, justamente seu primeiro pódio na F1, conseguido à duras penas, uma vez que ele cruzou a linha de chegada empurrando seu carro, sem combustível. O francês Patrick Tambay (que fazia sua segunda temporada pela Renault, após dois anos na Ferrari) terminou em terceiro lugar.
Na corrida seguinte, o GP de Mônaco, Senna novamente fez a pole, mas abandonou com problema de motor na volta 13. Alain Prost (McLaren TAG-Porsche) foi o vencedor.
Senna sofreu com o elevado consumo de combustível do motor Renault-turbo na temporada de 1985. Foto: Divulgação
O belga Thierry Boutsen precisou empurrar sua Arrows-BMW para cruzar a linha de chegada em segundo lugar, sem combustível, para conquistar seu primeiro pódio na F1. Foto: Divulgação
O italiano Elio de Angelis, companheiro de Senna na Lotus, venceu sua segunda corrida na F1. Foto: Divulgação
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