Crespo até pode conquistar algum título neste primeiro ano de SP, mas é mais provável que não aconteça. Foto: Rubens Chiri/SPFC

Crespo até pode conquistar algum título neste primeiro ano de SP, mas é mais provável que não aconteça. Foto: Rubens Chiri/SPFC

O São Paulo Futebol Clube vive um período que não é inédito, mas que é pelo menos muito raro em sua história. Afinal, desde que começou a se firmar entre os grandes e empilhar troféus, com o Paulista de 1943, o Tricolor passou apenas por um jejum como o vivido agora, que foi entre 1957 e 1970, tempos em que precisou montar times mais modestos para dar conta de pagar a construção do Morumbi.

E isso, obviamente, incomoda o torcedor, que quer ver o seu time campeão o mais rápido possível depois de nove anos (ou 13, já que alguns não consideram a Copa Sul-Americana como um grande título). Mas essa busca pelo fim do jejum não pode se tornar uma obsessão, mesmo em um clube tão acostumado com as glórias.

Entendo que o São Paulo só voltará ao caminho dos títulos com um trabalho bem construído por um treinador que tenha tempo para dar sua cara ao time. E esse tempo poderia ter sido dado a Fernando Diniz, mas a expectativa causada com a inesperada liderança durante várias rodadas do Brasileirão de 2020 abalaram emocionalmente a sua relação com o grupo de jogadores. Sua saída do clube acabou sendo inevitável.

E eu vejo agora, neste ótimo início de trabalho de Hernan Crespo no São Paulo, uma expectativa semelhante sendo criada por parte dos tricolores. Muitos já estão dando o Campeonato Paulista como praticamente garantindo e têm certeza de que a equipe do Morumbi irá longe na Libertadores e no Brasileirão.

Ou seja, Crespo, que mal começou o seu trabalho no Clube da Fé, já não tem muita escolha. É vencer ou vencer, sob o enorme risco de não conseguir continuidade no comando do São Paulo caso algum compreensível acidente de percurso aconteça.

Por isso, vamos devagar com o andor que o santo é de barro. Pode até ser, sim, que o time do Morumbi consiga ainda neste primeiro ano conquistar algum título com Crespo. Mas, com rivais de elencos tão poderosos no caminho, é mais provável que o sucesso não seja tão rápido quanto a torcida deseja.

E, se as taças não vierem, estará tudo bem, tudo dentro do esperado para uma equipe que busca a sua reestruturação.

A frase é extremamente batida, mas o são-paulino precisa entender que a expectativa é a mãe da frustração.

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