Vindo de uma famÃlia repleta de cruzeirenses e apenas um santista, obviamente não teria tantas opções para escolher o meu time de coração.
Meu pai, único torcedor do Alvinegro Praiano, nunca se sentiu um peixe fora d?água, literalmente falando. Ele viveu sua infância e juventude quando Pelé e companhia estavam no auge, época em que todos temiam a equipe do litoral paulistano, não só aqui no Brasil, mas no mundo, semelhante ao Barcelona de hoje.
Enfim, nasci! E a cobrança por uma escolha veio logo cedo.
Velhas e boas brincadeiras de famÃlia foram utilizadas para a minha opção e, decidir vestir preto e branco ou azul celeste, a cada ano que passava ficava ainda mais difÃcil.
Cheguei a usar a camisa do Santos, não nego, mas quando se é criança você faz qualquer coisa para agradar os pais. Ademais, com a idade que tinha, qualquer camisa que me dessem, certamente eu a vestiria.
Em suma, o time da baixada seria o mais óbvio a ser escolhido, para a alegria de meu pai.
E na realidade, qual o grande impasse em se tornar santista?
Clube que contou em seu plantel com Athiê Jorge Cury (ex-jogador e presidente), Araken Patuska, Feitiço, o atleta do século Pelé, Pepe, Gylmar, Zito, Dorval, Carlos Alberto Torres, Edu, Mauro Ramos, Dalmo Gaspar, Clodoaldo, Rodolfo RodrÃguez, Coutinho, Mengálvio, Calvet, Pagão, Serginho Chulapa e Giovanni "Messias?. Gerações que fizeram história no futebol nacional.
Contudo, ser santista não foi a minha escolha.
Quando comecei a entender o futebol em si, além de tÃtulos expressivos, um outro time vinha conquistando a cabeça e o coração de muitas pessoas. O amor por tal equipe motivou a minha Ãngreme decisão.
Todavia, conheço bem o caminho do que é torcer pelo Santos, onde há pouco tempo vibrou com grandes tÃtulos, graças ao surgimento de novas excepcionais gerações: Robinho e Diego, Neymar e Ganso.
Ser santista não é apenas torcer por um time, é torcer por um dos melhores. É saber que a camisa tem um peso gigantesco, seja pela história ou tradição, onde em tempos passados, reinou na Vila Belmiro um atleta fenomenal que causava medo em seus adversários, pelo simples fato de pisar no campo. É ter uma dose de adrenalina a cada lance, segurando ou soltando um grito gol... Ser santista, é mais que um indicativo do nascimento, é um estado de espÃrito.
Foto: Site oficial do SantosFale com o colunista: tulio@terceirotempo.com.brClique aqui e siga Túlio Nassif no Twitter: @tulionassif