Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

A diferença entre Corinthians e Flamengo hoje não é para 5 a 1. É para mais. Muito mais. A sorte dos paulistas é que pegou um Flamengo em fase de adaptação aos métodos de seu novo treinador, o Dome.

Fosse contra o time de velocidade louca e movimentação constante de seus jogadores comandado por Jorge Jesus, meu Deus.

É melhor nem pensar.

O Corinthians de agora, comandado por Vagner Mancini que, é bom que se diga, não tem currículo para dirigir o alvinegro da Neo Química Arena, é de dar pena.

Faz lembrar o Corinthians dos anos 60 que, por não ganhar de ninguém, colecionar vexames e amargar décadas sem títulos, era chamado de faz me rir.

Em campo, o time fazia por merecer o apelido, dado em forma de piada, por causa da música que fez um sucesso estrondoso na voz de Edith Veiga.

Nada diferente do que se vê neste 2020. O que salva o clube presidido por Andrés Sanchez é que, após a década de 90, ganhou títulos, afastou de vez a imagem de time doméstico ao ganhar uma Libertadores da América e duas copas intercontinentais e entrar de vez no grupo dos grandes ganhadores de competições estaduais e nacionais.

Mas, ao contrário do Flamengo, hoje o clube que tem a melhor situação econômica entre os grandes do país – melhor do que a do Palmeiras -, o Corinthians deve mais de R$ 700 milhões, isso sem falar nos R$ 530 milhões que tem de pagar para a Caixa Edonômica Federal, ainda pela construção de seu estádio antes da Copa do Mundo de 2014.

Destes R$ 530 milhões, a Neo Química se comprometeu a pagar R$ 300 milhões, parcelados em dez anos, acordo firmado quando comprou os direitos de nome, o chamado “Naming rights”.

O Flamengo também já amargou seus momentos de chapéu na mão. Mas graças à gestão saneadora no aspecto financeiro do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, o Rubro Negro agora é o clube a ser imitado no futebol brasileiro.

Andrés Sanches, que desocupa o cargo em dezembro, quando haverá eleição para eleger o novo presidente, argumenta que o Flamengo “nada em dinheiro” porque vendeu vários jogadores.

Mas o problema do Corinthians, presidido por ele, é outro. Comprou jogadores por baciada. Tem um elenco gigantesco. E quantidade jamais foi sinônimo de qualidade.

Prova das contratações sem um mínimo de coerência é a volúpia corintiana em trazer jogadores encostados pelo Atlético Mineiro. Quem Jorge Sampaoli não quer na Cidade do Galo, o Corinthians recebe de braços abertos no Parque São Jorge.

Primeiro veio Otero, depois, Cazares, agora, o veteraníssimo Fábio Santos de volta.]

Os três foram dispensados pelo Galo.

Salários atrasados, elenco sem o respaldo da diretoria, na zona da degola do Campeonato Brasileiro.

Cenário perfeito para o rebaixamento.

Clube mais popular da capital econômica do país, o Corinthians clama por uma administração condizente com a sua força.

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