Nos últimos dias o clima no São Paulo ficou agitado, com interferências da diretoria e o afastamento do zagueiro Paulo Miranda após a eliminação na semifinal do Campeonato Paulista

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Nos últimos dias o clima no São Paulo ficou agitado, com interferências da diretoria e o afastamento do zagueiro Paulo Miranda após a eliminação na semifinal do Campeonato Paulista. Contudo passou até meio despercebido a ida do atual camisa 10 do time titular para a reserva.

No início do ano, após uma longa negociação com o Shakhtar Donetsk (Ucrânia), o Tricolor acertou a contratação do meia Jadson, pagando cerca de 4 milhões de euros. Sua apresentação teve grande destaque principalmente porque recebeu das mãos do ídolo tricolor Raí a camisa de nº 10. Sem contar a expectativa da torcida, que desde a aposentadoria do "Terror do Morumbi?, esperava a chegada de um meia que brilhasse com a camisa 10 que já foi usada por tantos craques.

Desde 2005 na Ucrânia, Jadson precisou se adaptar novamente ao futebol brasileiro nas primeiras semanas no São Paulo. Depois de alguns jogos com pouco destaque e substituições constantes, passou 1 semana treinando enquanto o time viajava para enfrentar o Independente, no Pará. Com o descanso forçado, readquiriu a forma, voltou ao time titular e se tornou o jogador são-paulino com mais assistências em 2012, boa parte delas em cobranças de bola parada que culminaram com finalizações certeiras do zagueiro Rhodolfo.

Entretanto tudo mudou com a eliminação no Campeonato Paulista. As cobranças da torcida surgiram e a desconfiança por parte do treinador voltou. No jogo seguinte, Leão resolveu deixá-lo no banco e mesmo perdendo o jogo para a Ponte Preta nem arriscou colocá-lo no segundo tempo. Agora tudo indica que permanecerá fora do time titular, como se tivesse sido afastado junto com Paulo Miranda.

E se pensarmos que a impaciência da torcida e até da diretoria pode influenciar na escalação de um time, provavelmente não compreenderíamos como um meia lento e desacreditado por muitos demorou alguns anos pra se encontrar em campo e se tornar um dos maiores ídolos do São Paulo. Se pensou em Danilo, esqueça! Falo de Raí, jovem meia que surgiu no Botafogo de Ribeirão Preto, e já com a fama de ser irmão de um jogador consagrado da seleção brasileira (Dr. Sócrates).

Uma das qualidades de Raí foi justamente se empenhar e continuar lutando mesmo com as críticas que recebia. E se o esforço em campo já dava resultados, com a chegada de Telê Santana seu futebol encontrou o caminho para o sucesso. Sua liderança aliada à técnica foram fundamentais para marcar seu nome na história do clube.

Vale lembrar também que Raí ficou 5 anos no PSG (França) antes de voltar ao Tricolor em 1998 e mais uma vez se destacar em uma decisão. Há exatos 14 anos, Raí retornava ao clube poucos dias antes do segundo jogo da final do Campeonato Paulista. E sua missão não era fácil, pois tinha que conduzir o time à vitória para compensar a derrota sofrida no primeiro jogo da final. Ainda bem que o adversário já era conhecido do craque e praticamente sua vítima favorita: o Corinthians. Curiosamente, por ter numeração fixa no campeonato, Raí não poderia utilizar a camisa com o número 10. Acabou usando o número 23 e, no melhor estilo Michael Jordan, foi decisivo na partida final. Fez o primeiro gol da partida e deu uma assistência para França marcar o segundo. Era mais um título pra coleção.

E que fique claro que um camisa 10 (ou 23) não garante conquistas sozinho, por mais genial que seja. Em 1998, pra chegar na final do Paulista e vencê-la, as defesas do jovem goleiro Rogério foram importantes, assim como os gols de França e Dodô, os dribles de Denilson, a vitalidade de Capitão, os cruzamentos de Zé Carlos e Serginho, os desarmes de Alexandre, assim como outros que colaboraram (Márcio Santos, Bordon, Edmílson, Cláudio, Gallo, Fabiano, Carlos Miguel, Marcelinho, Aristizábal, entre outros).

Que Jadson honre a camisa 10 e ao lado de seus companheiros conquiste muitos títulos pelo São Paulo.


Por Régis A. Romualdo

Um pesquisador por natureza. Administrador do Arquibancada Tricolor e são paulino convicto desde os 3 gols de Raí na final do Campeonato Paulista de 1991. Zagueiro nas horas vagas e fã do futebol clássico de Júnior Baiano.

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Imagem: @CowboySL

 

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