Não me espantou a indignação do brasileiro pela manifestação de racismo sofrida pelo Tinga semana passada no Peru.
No futebol, o negro já é aceito.
Deixamos a época do pó de arroz lá nos primórdios.
No entanto, ainda amarramos garotos negros e pobres no poste.
Acontece que hoje no Brasil existe um jogador que é alvo de todas as torcidas.
Mais ainda da sua própria.
Richarlyson começou a carreira no Santo André.
Fez testes no Palmeiras, que, por um detalhe, acabou não acertando a permanência.
Foi parar no São Paulo onde, apresentando um bom futebol, acabou na seleção.
Richarlyson, dizem, é gay.
Tudo não passa de boato já que o próprio desmente.
Ouvi de palmeirense, na época, “ainda bem que não veio pra cá.”
Ouvi de corintiano, quando surgiu interesse na sua contratação: “deus me livre”.
Quando a simples desconfiança ronda a sexualidade de um representante do esporte bretão, jogar bola não basta.
Uma enquete no SporTV, após o episódio do selinho que Emerson deu num outro homem, mostrou que mais de 60% dos que votaram não aceitariam um gay em seu clube.
No futebol ser gay é motivo de chacota.
E de ódio.
“Aqui não!!!”
No Congresso, essa casa maldita que muitos praguejam contra, se pensou em igualar o crime homofobia ao racismo.
Os defensores da família e dos bons costumes berraram.
Se cogitou fazer uma torcida gay para o time do Corinthians.
Os que invadiram o CT alguns meses depois, disseram não.
É nós aplaudimos.
O armário em que muitos jogadores se escondem hoje é o pó de arroz no rosto negro de antigamente.
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