A regra da “pelada” para a formação dos times é clara. Dois jogadores de qualidade equivalente tiram par ou ímpar e, quem vence, tem a vantagem de escolher o “atleta” mais disputado da brincadeira.

Bom, mas agora vamos imaginar uma “pelada dos sonhos”, onde você venceu no par ou ímpar e pode escolher entre simplesmente... Marcos e Rogério Ceni!

E os dois vivendo seus melhores momentos!

E aí, qual craque você levaria para o seu time?

Abaixo, confira as respostas de nossos colunistas:

FRANK FORTES: MARCOS
Atendendo ao pedido do editor vou considerar apenas “a melhor fase de cada um”. Rogério Ceni teve uma carreira muito mais regular com relação a Marcos. Jogou e apareceu muito mais que o ex-goleiro do Palmeiras. O Mito é ídolo e, junto com Roberto Dias, o maior jogador da história do São Paulo. E merecidamente. Fez muito pelo clube. E continua fazendo pelo futebol, pois, tenho certeza, será um dos grandes treinadores da nossa história. Todos os argumentos acima, ironicamente, utilizo para justificar o voto em Marcos. Goleiro que teve uma carreira muito mais curta. Marcos tem menos da metade de jogos pelo Palmeiras, com relação às partidas de Ceni pelo São Paulo. Mas, enquanto esteve em alta e jogando com toda capacidade, Marcos foi fundamental não em algumas, mas em várias oportunidades no Verdão. A jornada na Libertadores de 99 é memorável. Muitos lembram dos clássicos contra o rival Corinthians, mas os jogos contra Vasco da Gama e River Plate, especialmente, mostraram sua capacidade. Depois, na Copa de da Coréia e do Japão, com Ceni e Dida no banco, foi fundamental para a conquista do pentacampeonato.

MARCOS JÚNIOR MICHELETTI: ROGÉRIO CENI
Aqui, o confronto mais parelho. O critério de desempate mais óbvio talvez fosse o de saber cobrar faltas, mas se eu tivesse alguém como o Zico, o Rivellino ou o Marcelinho Carioca no meu time, o Rogério Ceni só bateria faltas na ausência deles... Quanto ao Marcos, em que pese a boa Copa que fez em 2002, a falha grotesca contra Manchester United em 1999, na final do Mundial de Clubes, que impediu o primeiro Mundial do Palmeiras, me deixaria ressabiado em tê-lo no meu time. Por isso, minha escolha é pelo Rogério Ceni que, aliás, teve uma atuação espetacular na final do Mundial de Clubes de 2005, contra o Liverpool, na vitória do Tricolor por 1 a 0. Ceni, inclusive, foi eleito o melhor jogador em campo e também do torneio.

FÁBIO PIPERNO: MARCOS
Mas o Leão foi melhor que os dois (risos).

LUCAS REIS: ROGÉRIO CENI
Dois goleiros de níveis muito próximos, mas minha escolha seria Rogério Ceni. Acho um goleiro tão bom quanto Marcos em baixo das traves, sempre teve um espirito de liderança fora do normal, uma vontade de ganhar absurda e ainda batia faltas.

RICARDO CAPRIOTTI: MARCOS
Como goleiro, Marcos pegou mais que Rogério Ceni. O são-paulino tem uma carreira espetacular como goleiro-artilheiro e longevidade em um clube, mas o auge de Marcos no gol, por menos tempo, foi superior ao de Ceni.

GUILHERME CIMATTI: MARCOS
Aí entra uma situação extremamente pessoal. O Marcão era meu ídolo. Cresci pulando e gritando o nome dele. Aprendi a amar o futebol tendo a camisa doze nas costas. Ele carregava o time que torço. Era o único nome que se salvava em tempos difíceis. Todo carinho e respeito ao Rogério, mas Marcos é Marcos.

MARCELO DO Ó: ROGÉRIO CENI
Era muito mais que um goleiro, não apenas pelos gols que fazia, mas pela sua função tática perfeita na saída de jogo. Poucos goleiros no mundo são capazes de acelerar um jogo em reposição, inclusive com as mãos.

WLADIMIR MIRANDA: MARCOS
O goleiro do Palmeiras foi titular da Seleção Brasileira, em um elenco que tinha Dida e o próprio Rogério Ceni na reserva. Marcos tinha mais virtudes do que Rogério Ceni embaixo do gol. Crescia na frente dos atacantes. Foi decisivo na conquista do pentacampeonato. Também fez diferença no título da Copa Libertadores da américa de 1999, pelo Palmeiras. Rogério Ceni ganhou mais títulos (25, no total), do que Marcos (onze, sendo nove pelo Palmeiras e dois pela Seleção Brasileira). Só que conquistas de títulos não podem ser critérios para definir qual jogador é melhor do que o outro. Ninguém ganha nada sozinho. Nem Pelé, o Rei, ganhou. O que deve pesar em uma análise criteriosa são as virtudes de cada jogador. E, neste quesito, Marcos, como goleiro, reunia mais aspectos positivos na posição do que Rogério Ceni. Rogério fazia gols de faltas, mas falhava muito quando era obrigado a enfrentar o atacante de frente. Tinha o defeito de se ajoelhar na frente do adversário, o que facilitava a vida do atacante para concluir a gol. A camisa de goleiro titular do meu time seria entregue a Marcos.

LUCIANO LUIZ: MARCOS
Mil vezes o Marcos, como goleiro eu acho que foi um dos mais seguros que vi jogar, além de garantir uma bela resenha no vestiário.

RENAN RIGGO: MARCOS
Dois dos maiores goleiros da era moderna do futebol brasileiro e, quiçá, mundial. Contemporâneos e com currículos invejáveis no que diz respeito a títulos e a lealdade a uma só camisa, Marcão e Ceni estão também na prateleira mais alta de ídolos de Palmeiras e São Paulo, respectivamente, e representaram um romantismo que vem aos poucos desaparecendo no futebol nacional, onde atualmente o que fala mais alto é a grana e não o amor à camisa. Para mim, esta é a escolha mais difícil de fazer, logo, ficarei com a mesma opção de Felipão em 2002: Marcão seria o meu titular, pois creio que foi melhor embaixo das traves, e Ceni seria o reserva imediato, não havendo Dida na disputa, obviamente.

THIAGO TUFANO SILVA: ROGÉRIO CENI
No gol, uma disputa muito acirrada. E Rogério ganha meu voto pela liderança e pelo fato de ser um exímio cobrador de faltas. E acredito que, em uma disputa como essa, o ídolo tricolor acaba perdendo muitos votos por sempre ter sido considerado muito “mala”, enquanto Marcos era visto como grande gente boa por todos. Mas, na hora em que a bola rola, isso pouco importa...