O futebol serviu como pano de fundo para muitas músicas.
Falta na entrada da área? Para o Flamengo? No Maracanã? Jorge Ben Jor (que na época assinava apenas Jorge Ben) fez uma pérola da música popular brasileira para Zico, chamada “Camisa 10 da Gávia” .
Abaixo, durante entrevista de Moraes Moreira e Zico, o cantor e compositor baiano canta "Saudades do Galinho", feita quando o jogador se despedia do Flamengo para jogar na Udinese, da Itália. A canção começa assim: "Agora como é que eu fico, nas tardes de domingo, sem Zico no Maracanã..."
O santista Luis Américo, em sua canção “Camisa 10”, preocupado com a falta que Pelé faria à seleção na Copa de 74, citou Zagallo, Luís Pereira e o "Garota do Parque", Rivellino: “10 é a camisa dele, quem é que vai pro lugar dele...”
Antes, em 1970, Miguel Gustavo compôs “Pra Frente Brasil” a marchinha que embalou Pelé, Tostão, Gerson, Rivellino e mais de “90 milhões em ação,”. A canção abafou um pouco os tiros e os gritos de dor dos torturados pela ditadura militar, encerrada em 1985, deixando o País com uma inflação astronômica de 242,24% ao ano, encoberta pela conquista do tri, no México...
Na preparação para a Copa de 82, na Espanha, Moraes Moreira e o ex-lateral Júnior emplacaram duas músicas que gastaram as agulhas dos toca-discos da época.
Em “Sangue Swing e Cintura”, Moraes Moreira homenageou o Galinho de Quintino, o calcanhar de Sócrates e Telê, o Fio de Esperança.
Júnior, por sua vez, decolou nas paradas de sucesso com “Voa Canarinho”, que vendeu milhares de compactos. Pelo menos até o terceiro gol de Paolo Rossi no Sarriá...
Sócrates emprestou sua voz para o álbum "Aquarela", o mais famoso do corintianíssimo Toquinho na faixa “Corinthians do meu coração”, resumindo em uma frase o sentimento alvinegro: “... ser corintiano é ir além, de ser ou não ser o primeiro...”.
O saudoso Paulinho Nogueira, a exemplo de Toquinho outro violonista magnífico, que foi professor de Toquinho e também era corintiano, sentindo no peito e na alma a dor de um jejum de 20 anos sem títulos, derramou seu lamento em “Meus 20 Anos”, quando pintou um dos quadros mais lindos da música futebolística: “ai Corinthians, quando és o vencedor, pobre fica milionário, rindo da própria dor...”; e em outro trecho: “Meu São Jorge me dê forças, pra poder um dia enfim, descontar meu sofrimento em cima de quem riu de mim..., ai Corinthians, cachaça do torcedor, colorido em preto e branco, sem preconceito de cor”...
A elegância sutil de Bobô, maestro do Bahia campeão brasileiro de 1988, foi decantada por Caetano Veloso em “Reconvexo”, abaixo, na interpretação de Maria Bethânia.
Tom Zé fez sua reverência ao craque Neto, regente corintiano da conquista do primeiro título brasileiro do clube, em 1990.
Os mineiros do Skank arrebataram milhões com “Partida de Futebol”, afinal, como eles cantam na música: “Que coisa linda é uma partida de futebol”...
Em "Deu Pra Ti", um verdadeiro hino de Porto Alegre, a dupla gaúcha Kleiton & Kledir faz referências à capital do Rio Grande do Sul e personagens da cidade, como o ídolo colorado Falcão. Em um dos trechos, o Beira-Rio é mencionado: "Cobertor de orelha pro frio, e a galera no Beira-Rio":
O Rei Pelé, embora não tenha a mesma habilidade com o violão e a mesma afinação que teve com a bola nos pés, adora sentar em um banquinho e cantar suas músicas para os amigos. Abaixo, algumas canções compostas e interpretadas por Pelé, uma, inclusive, que ele canta para Maradona, que está na plateia.
Antes de compor "Camisa 10 da Gávea" para Zico, Jorge Ben Jor homenageou outro ídolo flamenguista, no começo dos anos 70. Em "Fio Maravilha" o compositor reverenciou o goleador rubro-negro
E, aproveitando, várias músicas que embora não tenham sido feitas sob inspiração do futebol, até parecem se entrelaçar com ele. Por exemplo:
“Nada será como antes”, de Ivan Lins para Felipão, após o desastroso 7 a 1 para a Alemanha contra o Brasil, na Copa de 2014...
“Meu pai Oxalá”, de Vinicius de Moraes e Toquinho para torcedores os torcedores baianos antes de um Ba-Vi eletrizante...
“Toda espera”, de Jorge Vercilo para ponte-pretanos e lusos, que aguardam há tanto tempo por um título...
“É proibido proibir”, de Caetano Veloso, para a turma da Democracia Corintiana no começo dos anos 80...
“Frisson”, de Tunay, para toda vez que a bola quase entrar no gol adversário...
“Mania de possuir”, de Guilherme Arantes, para os ávidos empresários que “adotam” meninos de sete ou oito anos, antevendo um futuro rentável (para eles empresários...)
“Ouça o que eu digo, não ouça ninguém”, dos Engenheiros do Hawaii, para alguns procuradores de jogadores, que controlam com pulso forte a carreira de seus clientes...
“Nervos de aço”, de Lupcínio Rodrigues, para qualquer torcedor na última cobrança de pênalti de uma decisão de campeonato...
“Linda Juventude”, de Flávio Venturini e Márcio Borges, para um time repleto de garotos talentosos...
“Desculpe o auê”, de Rita Lee e Roberto de Carvalho, também para um time repleto de garotos talentosos, mas que chegam atrasados ao treino e passam noites em agitadas baladas...
“Desafinado”, de Tom Jobim, para o treinador que não consegue, mesmo à beira do gramado, fazer seus comandados entenderem seus recados...
“Onde anda você”, de Vinícius, Toquinho e Hermano Silva, para a Dona Lúcia, a torcedora fã de Carlos Alberto Parreira. E também para aquele jogador que só é encontrado na seção “Que Fim Levou?” do Portal Terceiro Tempo...
“Falando sério”, de Maurício Duboc e Carlos Colla, eternizada por Roberto Carlos, para Muricy Ramalho, que nunca topou uma “conversinha”...
“Detalhes”, de Erasmo e Roberto Carlos, para Carlos Alberto Parreira, que um dia disse que o gol era só um detalhe...
Maradona, Zico e Raí no Palmeiras? Quase aconteceu na 'Era Parmalat'
02/07/2019Cadê os nossos ídolos?
05/03/2015Time de Zico perde, mas rubro-negros e Robinho fazem festa no Maracanã
27/12/2014Novo Jorge Henrique? Colombiano do Corinthians ganha elogios de Zico
25/12/2014Morre ex-atacante Radar, que jogou com Zico no Flamengo
15/12/2014